Joost é a nova denominação do The Venice Project, que promete uma nova forma de ver televisão pela internet. Os seus criadores – Niklas Zennström e Janus Friis – ficaram famosos pelo desenvolvimento de projectos como o KaZaa e o Skype. O projecto tem sido recebido com entusiasmo, mas para o estudioso dos “media”, Rui Cádima, estamos ainda na “‘proto-história’ da era da ‘pós-televisão'”.

A transmissão é feita por P2P, isto é, pela troca de ficheiros entre os utilizadores. A reprodução é imediata, apesar de a variedade de conteúdos ainda ser reduzida. A interface é apelativa e as possibilidades são muitas: pode-se pontuar um programa, sugerí-lo a um amigo, interagir com ele, avançar e retroceder no vídeo, entre outras funcionalidades.

A JumpTV anunciou que vai fazer parceria de conteúdos com o serviço de televisão “on-line”. Este serviço oferece 270 canais de programas televisivos de 70 países. No final de Fevereiro, a Viacom e o Joost firmaram um acordo para a transmissão de conteúdos das empresas do grupo – MTV Networks, BET Networks e Paramount Pictures.

Espectadores procuram flexibilidade

O presidente da Microsoft, Bill Gates, declarou no último Fórum Económico Mundial, em Janeiro, que “a Internet vai revolucionar a televisão dentro de cinco anos, devido à explosão de conteúdos em vídeo ‘on-line’ e à fusão dos computadores com os aparelhos de televisão.”

Afirmou ainda que “nos próximos anos, cada vez mais espectadores vão buscar a flexibilidade do vídeo ‘on-line’ e abandonar a televisão convencional, caracterizada pela programação fixa e comerciais que interrompem os programas”.

Os números indicam que os “telespectadores” na Web não exibem o mesmo comportamento passivo que os seus pares em relação à televisão convencional, uma vez que os “media” digitais permitem que se veja a programação independentemente do lugar e do momento.

O Joost, já descrito como “o primeiro serviço de transmissão de conteúdos televisivos de alta definição pela Internet”, propõe unir anunciantes, criadores de conteúdos e a audiência num serviço marcado pela interactividade, respeitando os direitos autoriais – por outras palavras, livre de pirataria. Por agora tudo é gratuito e dependente da publicidade. A empresa admite vir a integrar, mais tarde, os serviços “pay-per-view”.