O Comércio Justo pretende promover a justiça social e económica, o desenvolvimento sustentável e o respeito pelas pessoas e pelo meio ambiente, através da actividade comercial, da sensibilização dos consumidores e de acções de educação e informação.

“O Comércio Justo é muito baseado no movimento associativista e voluntário, no trabalho só com países em vias de desenvolvimento África, Ásia e América Latina”, esclarece Sara Fonseca, responsável por uma loja de Comércio Justo do Porto, na Rua de Cedofeita.

Estabelecer uma relação igualitária entre todos os participantes da cadeia comercial (produtores, trabalhadores, importadores, lojas do Comércio Justo e consumidores) é o objectivo principal desta filosofia de consumo.

Embora a preocupação esteja mais voltada para a protecção dos direitos do produtor, estas lojas procuraram também proteger o consumidor. “O consumidor tem que ser protegido porque é a base de tudo. Nós queremos o comércio justo para todos, por isso queremos proteger o produtor e o consumidor”, defende Sara Fonseca.

“Pagar sempre o preço justo” é a palavra-chave

“O consumidor paga sempre um preço justo e, sobretudo, sabe que está a adquirir um produto que não foi feito na base da exploração de ninguém, nem de crianças, nem de mulheres”, sustenta a responsável pela loja. “Enquanto consumidores temos que ter a consciência de como foi feito o produto que estamos a adquirir”, acrescenta.

Em Portugal, as lojas de Comércio Justo são recentes, mas a nível internacional já existem há cerca de 60 anos, sendo já bastante conhecidas e divulgadas. Contudo, as lojas em território nacional também registam “muita aceitação”.

Este tipo de comércio, mais voltado para a solidariedade e para a ética, coloca a produção e a comercialização ao serviço do factor humano. Os lucros não são uma prioridade; prevalece a preservação dos direitos dos trabalhadores e dos consumidores.

Aberta desde Novembro, a loja de produtos biológicos “Quintal” (na foto), na Rua do Rosário, no Porto, é outra opção ao comércio tradicional. O estabelecimento tem vindo a aumentar a clientela e o número de pessoas fidelizadas, de acordo com a proprietária Mónica Mata.

“O conceito da loja de produtos biológicos é oferecer um serviço de qualidade, produtos de qualidade”, afirma. “Temos muitas marcas que somos os únicos em Portugal a vender, algumas especiarias e produtos de cosmética”.

Nesta loja, procura-se “consciencializar as pessoas para um consumo responsável”, em vez de um “consumo compulsivo”. Mónica Mata diz que trabalha “com muitas empresas que se esforçam por ter aquela ideia de comércio justo, de que as condições dos trabalhadores são asseguradas”.