São 40 pessoas, das quais 23 são menores, que vão ter que abandonar as barracas onde vivem. O acampamento do bairro do Bacelo, na freguesia de Campanhã, no Porto, existe há mais de 20 anos e foi o local de nascimento para muitos dos seus habitantes. “Já nasci aqui, se for para outro lado vai-me fazer falta a convivência”, conta Serafim Machado, de 22 anos.

A liberdade, o convívio e a interajuda são algumas das coisas que os moradores dizem que vão sentir falta quando tiverem que ir morar para as habitações sociais.

André Carvalho, de 14 anos, diz que vai sentir falta dos amigos que estão aqui (“porque conheci-os aqui”) e “dos barracos”. Recorda ainda o trabalho de construção das barracas. “Deu muito trabalho construir isto, à chuva, sol, ainda nos aleijámos”. “Nós estamos aqui há muito tempo e vamos sentir a falta do nosso lugar”, afirma António Sousa, de 11 anos.

“Temos todos as nossas raízes aqui, eu acho que a solução era dar-nos aqui uma casinha”, afirma Carminda Santos, moradora no bairro há 20 anos.

“É que eles pôr nas pensões põem, mas depois para sair de lá?”. “Há muitas famílias que já estão nessas pensões provisórias e eles depois nunca mais arranjam uma solução. Eles querem é ver-nos livres daqui”, diz Mariana Machado, outra residente no bairro.