O programa de Estudos Universitários para Seniores (PEUS), o primeiro “curso” da Universidade do Porto apenas destinado a maiores de 55 anos, internacionaliza-se pela segunda vez consecutiva. O intercâmbio é estabelecido entre a Universidade Pontifícia de Salamanca e a Universidade do Porto (UP). Aulas e visitas de estudo são duas das actividades que os seniores espanhóis vão ter a oportunidade de experimentar.

Para Maria Babo, representante do programa de estudos universitários para seniores do 3.º ano, o intercâmbio entre as Universidades do Porto e Salamanca permite conhecer o tipo de ensino das duas instituições. “Ficamos a conhecer os esquemas de funcionamento de um lado e do outro. É um bocado a troca entre saberes [e], por outro lado, uma troca de amizades. Nós ficamos amigos, mandamos mails”, diz.

No intercâmbio estabelecido entre as duas universidades não existem equivalências entre as disciplinas. Até porque as regras de admissão para os cursos nos dois países são muito diferentes.

O programa de intercâmbio

Fora das aulas, há ainda espaço para visitas de estudo a locais como o Museu de Serralves e as Caves do Vinho do Porto, ingredientes que permitem aos participantes conhecer de perto a cultura portuguesa, para além das aulas de Língua Portuguesa. Em Maio é a vez dos estudantes seniores da UP visitarem Espanha.

”O curso de Salamanca tem uma índole diferente do nosso porque, enquanto no nosso só podem andar alunos que tenham pelo menos uma licenciatura, em Espanha as pessoas com apenas a quarta classe podem frequentar este tipo de curso superior”, explica Maria Babo. “Acaba por haver uma diferença de nível e do número de pessoas, como é óbvio.”

Mas o que conta é a experiência e ”acrescentar saber e responsabilidade em vários níveis”, salienta a vice-presidente do conselho directivo da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), Elsa Pacheco.

Porquê a Universidade de Salamanca?

Maria Babo refere que esta escolha passa pelo “prestígio da universidade “. Além disso, desde que os directores científicos travaram conhecimento, estabeleceu-se este intercâmbio “bem interessante”, afirma. O encontro entre as universidades é para manter, apesar de o contexto actual de crise económica não ajudar muito, como explica a representante.

Os visitantes espanhóis da FLUP têm todos mais de 55 anos. É o caso de Palmira Santos, que já fala um pouco português. A estudante sénior espanhola destaca a hospitalidade dos portugueses. “Gosto muito de tudo o que vejo. Ainda não posso falar das aulas . Mas, de momento, gosto muito da atenção de todas as pessoas.”