Foram cinco longos dias para Michel Temer, que foi detido na passada quinta-feira por suspeitas de ter favorecido uma empreiteira na construção de uma central nuclear, mas esta segunda-feira o antigo presidente foi libertado pela Justiça.

Segundo avançou a BBC Brasil, Antonio Ivan Athié, desembargador do Tribunal Regional da 2ª Região, concluiu, na sua decisão, “que as prisões afrontavam garantias constitucionais” e que “com violação de regras não há legitimidade no combate a essa praga” que é a corrupção no Brasil.

O desembargador declarou que “mesmo  que se admita existirem indícios que podem incriminar os envolvidos, não servem para justificar prisão preventiva”, porque “além de serem antigos não está demonstrado que os pacientes atentam contra a ordem pública, que estariam ocultando provas, que estariam embaraçando, ou tentando embaraçar eventual, e até agora inexistente instrução criminal”.

Foi o juiz Marcelo Bretas quem decidiu colocar o antigo presidente brasileiro atrás das grades. Na sua decisão, a que a BBC teve acesso, o juiz afirmou que é “convincente” que Temer foi o “líder da organização criminosa” referida na acusação” e “o principal responsável pelos atos de corrupção” investigados.

Em causa está o favorecimento das empresas AF Consult e Argeplan para a construção de uma central nuclear no Rio de Janeiro. Um dos sócios da Argeplan é o coronel  João Baptista Lima Filho, amigo de Temer e um dos detidos na operação.

Artigo atualizado pela última vez às 18h59 de 25 de março de 2019

Artigo editado por Filipa Silva