A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) não acredita que o Governo não financie o segundo ciclo de formação no ensino superior. A hipótese foi avançada ontem ao JPN pelo presidente da Federação Académica do Porto (FAP) Pedro Esteves após a reunião com o ministro da Ciência e Ensino Superior, Mariano Gago.
Cunha Serra, coordenador do ensino superior da FENPROF, julga que essa é uma possibilidade remota, porque contraria o programa de governo. O dirigente sindical afirma ao JPN que “o problema põe-se mais ao nível do valor das propinas”, mas que a “questão do financiamento parece estar assegurada”. Para Cunha Serra a falta de uma definição clara do modelo em que serão suportados esses custos é que está a provocar esta polémica e “falta da parte do governo um esclarecimento claro nesse sentido”.

“Existe uma tentativa clara de rentabilização de ensino superior

O presidente da direcção do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESUP) Joaquim Infante Barbosa diz que “de facto esse financiamento está previsto, mas existe uma tentativa clara de rentabilização do ensino superior”. Para o dirigente sindical se este segundo ciclo for encarado nos termos do actual mestrado, portanto, se tiver um valor de propinas demasiado elevado, poderá “conduzir a um abandono escolar ainda maior, como o que se verificou quando se permitiu que as universidades fixassem o valor das propinas e essa situação irá comprometer gravemente a formação qualificada”.

Milene Câmara