Ficámos sem saber como se chamava. Só podemos dizer que devia ter cerca de 50 anos. Saiu da sala com as lágrimas nos olhos. “Sou profundamente ateu. E o filme abalou algo dentro de mim”, garantiu ao JornalismoPortoNet. Quase sem conseguir falar, com pausas emocionadas entre as frases, confessou que “A Paixão de Cristo” é uma obra “profundamente violenta”, que define “o que é ser judeu actualmente, uma vez que tem vários paralelismos com o que se passa hoje na Palestina”.

Também Nuno Moreira, 25 anos, chorou. “Foi naquela cena de Maria”, afirma, referindo-se à cena em que Maria corre para Jesus quando este transporta a cruz. Foi aliás esta mesma cena que emocionou Pedro Silva, também com 25 anos. “É muito violento. Mas muito realista”, revelou. Já para Pedro Tanueiro, 30 anos, o filme é exageradamente violento, “o que o faz tornar-se quase caricatural”.

As acusações de anti-semitismo não têm para os espectadores qualquer fundamento. Para Vítor Oliveira, 61 anos, “a polémica não era necessária”. Cláudia Salém, 41 anos, judia, saiu da sala “chocada” com o dramatismo do filme. “É muito, muito, muito violento. Mas toda esta celeuma não devia ter sido levantada. A pesquisa bíblica parece muito bem feita”, afirmou.

A curiosidade, fruto da divulgação nos meios de Comunicação Social, foi a principal razão para verem o filme.

Foram estas as principais reacções recolhidas à saída da primeira sessão do filme, ontem no Norteshopping.

Daniel Vaz

FOTO: JornalismoPortoNet