Foi lançada na passada terça-feira, em Luanda, a campanha “Por uma Angola Democrática”. Promovida pelos Partidos da oposição civil, pela Frente para a Democracia, pelo Partido de Renovação Social, entre outras entidades, a campanha tem como objectivo unir a sociedade civil, as organizações não governamentais e os partidos políticos em torno de um modelo democrático para Angola.

As duas principais forças políticas angolanas, UNITA e MPLA, foram convidadas para integrar o movimento. Enquanto o partido do galo negro subscreveu na totalidade a iniciativa, o partido do governo não se fez representar na sessão.

“Por uma Angola Democrática” propõe-se a estabelecer um diálogo alternativo entre os vários sectores da sociedade angolana, com o fim de acelerar o processo de democratização no país. A iniciativa surge numa altura em que, de acordo com o manifesto da campanha, o país vive “a maior crise política, económica e social de sempre”.

A realização das eleições democráticas em Angola é vista pelos organizadores da campanha como a única forma de uma total transição do país para um regime democrático. Como forma de consciencialização dos angolanos, os organizadores da iniciativa pretendem criar uma agenda de discussão nacional, que culmine na realização do escrutínio.

Como forma de quebrar o protagonismo de Luanda como centro de discussão dos assuntos nacionais, no próximo fim-de-semana a campanha vai ser apresentada no enclave de Cabinda. Esta iniciativa insere-se na estratégia de alargar o debate a todas as províncias angolanas. Está também prevista a realização em Luanda de uma conferência sobre a democracia, no próximo mês.

 

Pedro Cardoso
Correspondente JPN em Angola