Cláudia Pedra, directora da secção portuguesa da Amnistia Internacional (AI), afirma que a organização interveio assim que o massacre na República do Ruanda começou. A responsável lamenta que as organizações internacionais não tenham reagido a tempo, mas explica que tal não foi possível uma vez que “o massacre foi feito num período muito curto de tempo”. No entanto, a AI “denunciou logo as violações dos direitos humanos”.

A directora assegura que a AI tem seguido de perto a situação do Ruanda que, actualmente, está a seguir uma política de perseguição, detenção e julgamento dos possíveis responsáveis pelo genocídio. Cláudia Pedra revela que a AI é “a favor da detenção dos responsáveis”, mas avisa também que há “pessoas que não têm papéis” que acabam por “ser detidas erroneamente”.

Amnistia Internacional

A Amnistia Internacional é um movimento mundial que luta pelos direitos humanos internacionalmente reconhecidos. É um organismo independente e auto-regulado que actua em mais de 150 países nos cinco continentes. A AI tem uma presença forte em África, um continente que, segundo Cláudia Pedra, apresenta algumas “situações muito graves”, como é o caso da República Democrática do Congo.

A directora da secção portuguesa afirma que a intervenção da AI no continente africano se rege por dois vectores. A organização procura denunciar os casos de violação de direitos e, por vezes, ocupa-se de casos individuais. Uma outra vertente passa “pela educação da própria população” em termos de direitos humanos, para que no futuro “as pessoas lutem por eles” e criem um “sistema de justiça mais eficaz”.

No entender de Cláudia Pedra, a falta de conhecimento de direitos é um dos problemas que a organização encontra ao prestar ajuda a África. Mas, segundo a directora, o continente apresenta outros problemas: um “sistema judicial corrupto” e uma “ruptura política” que leva à “falta de separação entre campo político e judicial”.

Andreia Parente
Foto: Amnistia Internacional