A afirmação é de Luís Barreiros, embaixador de Portugal em Bagdad, que apesar de admitir riscos elevados garante que a situação está controlada.

Para Luís Barreiros o panorama no Iraque é, neste momento, grave e volátil, mas é bastante mais calma e pacífica do que era há uma semana atrás. O diplomata reconhece que estar no território é uma posição de risco para quem quer que seja, inclusive os militares e ele próprio: “Desde sempre que a GNR teve consciência de que corre riscos, assim como eu tenho”. E acrescenta, “Seria disparate de nossa parte alguma vez pensar que estamos aqui sem corrermos riscos!”.

A instabilidade é grave, mas o representante de Portugal no Iraque garante que há segurança: “eu tenho polícias lá fora, eu tenho polícias a regular o trânsito,…eu tenho patrulhas a circular!”. O embaixador apelou até à desdramatização: “Há riscos elevados mas desdramatizemos a situação Não estamos numa situação de total anarquia! Não estamos numa situação em que não há garantias de segurança!”.

Raptores – “Condeno-os veementemente”

Em relação aos raptos que se sucedem a cada momento, Luís Barreiros deixou claro que os condena: “Acho que ninguém concorda com esta situação. Aqui ou noutra parte do mundo, sejam raptos de ordem política ou não”.

Embora de forma subtil, o diplomata pareceu querer atribuir as culpas aos vários grupos que se encontram no território: “No Iraque há uma coincidência de interesses de vários partidos. Não podemos esquecer que havia cerca de 150 mil presos de delito comum que Saddam Hussein libertou, há também todos os saudosos do antigo regime, há também alguns desiludidos e há também uns tantos extremistas religiosos,…há estrangeiros. Há, enfim, uma série de grupos que provoca mal-estar”.

Breve e directo Luís Barreiros não teve problemas em classificar os raptores como “condenáveis” e disse ainda que “todos têm um interesse comum: ter um Estado fraco. Quanto mais fraco for o Estado mais fácil será para eles actuarem”.

A escalada de violência que se tem vivido nos últimos dias no Iraque, nomeadamente, a onda de raptos, tem suscitado as mais diversas reacções. Durão Barroso aconselhou os civis portugueses que estão no país a abandonar o local. A Rússia, por sua vez, já começou a retirada dos seus cidadãos. Em Portugal, teme-se pelos que lá estão. A Associação de Sargentos e a Associação de Profissionais da GNR já defenderam a saída dos militares.

Andreia Abreu

Foto: SIC Online