Numa curta declaração aos jornalistas, Valentim Loureiro disse, esta manhã, que vai manter o silêncio sobre o processo. Destacou ainda o facto de a juíza o ter suspendido e não demitido dos cargos de Presidente da Metro do Porto e da Liga de Clubes.
Neste dia, que marca o regresso de Valentim Loureiro à Câmara de Gondomar, o autarca sublinhou que não vê razões para abandonar os outros cargos que desempenha.

Valentim Loureiro arguido

Valentim Loureiro foi constituído arguido e acusado da prática de 23 crimes (18 de corrupção desportiva activa na forma de cumplicidade, um de corrupção passiva para acto ilícito e quatro de tráfico de influência ). Durante 12 horas, o major foi interrogado e ouvido pela juíza Ana Cláudia Nogueira, no âmbito do processo “Apito Dourado”. A juíza decidiu restituir a liberdade ao presidente da Câmara de Gondomar (CMG), sob medida de coação e pagamento de uma caução de 250 mil euros (cerca de 50 mil contos).

Assim, Valentim Loureiro fica impedido de contactar com os demais arguidos do processo e de continuar a exercer as suas funções como presidente da Liga de Clubes e da Metro do Porto, acrescido de termo de identidade e residência. Valentim teve durante todo o dia uma pequena multidão à espera do desenlace da audição. Na hora da saída, ainda eram alguns os que o esperavam, não tendo o major prestado qualquer declaração aos jornalistas.

Prisão preventiva para José Luís Oliveira

Sorte diferente coube ao vice-presidente da CMG e presidente do Gondomar SC, José Luís Oliveira. Ao contrário dos restantes 16 arguidos da Operação “Apito Dourado”, a juíza determinou prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Custóias, para José Oliveira. Isto depois de o indiciar pela prática de 34 crimes (18 de corrupção desportiva activa, 15 de corrupção activa e um de tráfico de influência), número recorde comparativamente com os restantes indiciados do processo.

Depois de Valentim Loureiro a personalidade mais apoiada pelos populares à porta do tribunal era justamente José Luís Oliveira. Talvez por isso, mesmo tendo saído do tribunal por volta das 4h da manhã, o seu advogado, António Araújo Ramos tenha sido mal recebido por alguns dos manifestantes.

Luís Nunes e Pedro Sanhudo foram os últimos a serem ouvidos pela juíza. Para ambos foram decretadas as mesmas medidas de coação que aos restantes arguidos entretanto libertados (termo de identidade e residência, suspensão de funções e proibição de comunicação com os outros arguidos. Ficaram indiciados, respectivamente, por 16 e 12 crimes cada um.

Por saber fica para já as consequências que este processo e as medidas de coacção da juíza, possam vir a ter sobre o futuro próximo de entidades tão diversas como a Metro do Porto, o Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, a CMG ou mesmo o Gondomar SC.