A Queima das Fitas dura uma semana, mas por trás da grande festa dos estudantes do Porto há um longo trabalho. O JornalismoPortoNet foi ao Queimódromo conhecer como se prepara a maior Queima do país.

“Podemos dizer que é um trabalho de longos meses, que começa logo no início de Fevereiro, altura em que se iniciam os preparativos”, diz Pedro Esteves, um elemento da organização. Os últimos meses da equipa responsável pela Queima são completamente preenchidos pela preparação do evento. A Federação Académica do Porto é “absorvida” pela Queima das Fitas, afirma Pedro Esteves.

De barraquinha em barraquinha

A Queima deste ano conta com o maior número de barracas de sempre. Ao todo são 130 os bares improvisados pelos universitários do Porto. Os estudantes recorrem aos mais variados materiais na construção das barracas: a mais tradicional madeira, mas também cimento, tijolos, chapas ou até acrílico. Tudo vale para fazer sobressair uma barraca entre tantas.

Pedro, estudante de Engenharia Civil na FEUP, descreve como é a experiência e o espírito de quem constrói pela primeira vez uma barraca. “Pedimos as ferramentas emprestadas uns aos outros. Estamos aqui a partilhar todo este ambiente. É outra festa dentro da festa”, afirma.

“Não temos ido às aulas – esta semana não há aulas. Temos que optar: ou aulas ou Queima”, afirma convicta Patrícia Gonçalves, aluna do curso de História na FLUP.

Outros negócios

Quem também faz a festa são os comerciantes, habituados a estas andanças. Carros de choque – onde conduzir alcoolizado não é crime -, jogos de perícia futebolística e de pontaria ou “roullotes” de fast-food para acalmar os estômagos mais revoltos, são alguns dos negócios que aproveitam a grande concentração de pessoas.

José Silva tem uma tenda de jogos no recinto. É lucrativo estar no Queimódromo? “Se não fosse, não estava cá”, diz. No entanto, há factores que podem estragar o negócio: “Se chover dois dias, já não ganhamos para pagar o aluguer do espaço à FAP”, afirma Domingos Ferreira.

Durante a próxima semana, muita música e animação vão animar a cidade do Porto. Do dia 2 a 8 de Maio, o antigo recinto da Feira Popular enche-se de foliões, “caloiros” ou finalistas. Este ano a FAP espera, em média, 30 mil pessoas por noite e aposta na maior campanha publicitária de sempre. Na noite de Sábado para Domingo, às 00:01 começa a Monumental Serenata junto à Cadeia da Relação e oficializa-se o início da festa.

Pedro Rios
Andreia Abreu