Pierce Chow, director de cirurgia experimental no Hospital Geral de Singapura, explica que o tratamento se faz com chips de silicone biodegradáveis que eliminam as células cancerígenas num raio de oito milímetros.

O tratamento ainda não foi testado em humanos mas, segundo o director do Hospital de Singapura, as experiências em ratos e porcos foram bem sucedidas. O grupo de investigadores está agora à procura de 10 pacientes, que não possam ser submetidos a intervenções cirúrgicas, para servir de cobaias. De acordo com Pierce Chow, caso as experiências em seres humanos sejam positivas, os chips anti-cancro deverão estar disponíveis no mercado dentro de três anos.

pierce_chow.jpg

Segundo o grupo de investigadores do Hospital de Singapura, o tratamento através de chips de silicone de pequenas dimensões pode ser controlado rigorosamente. Assim, apenas as células cancerígenas e um número muito reduzido de células saudáveis em torno da área do tumor são eliminadas.

Inovação consiste no aperfeiçoamento

O tratamento aposta em técnicas já conhecidas (e utilizadas em outros casos clínicos) mas administra-as de forma inovadora. O cancro da próstata já é tratado há algum tempo através de medicamentos directamente dirigidos aos tumores através do uso de cápsulas de ouro do tamanho de grãos de arroz. No entanto, como o ouro não se dissolve, o tratamento não é utilizado noutro tipo de cancros porque os médicos temem que a substância se possa espalhar para outras partes do corpo e ter efeitos indesejáveis.

Também já são utilizados materiais biodegradáveis no tratamento de certas doenças, mas nenhum dos materiais utilizados até agora tinha resistência para transportar isótopos radioactivos. Com os chips de silicone isso passou a ser possível e os médicos acreditam que esta é uma forma de tratamento segura e eficaz.

Cancro do fígado

O cancro do fígado é dos mais difíceis de tratar porque os medicamentos e radiações necessárias para o eliminar normalmente destroem o próprio fígado. Assim, esta nova forma de tratamento traz uma esperança a todos os que sofrem desta doença.

De acordo com o jornal online de Singapura, «The Straits Times», há cerca de 300 a 400 novos casos de cancro de fígado por ano e, na sua maioria, o paciente ou está demasiado fraco para ser operado ou o órgão está demasiado debilitado ou o cancro já se espalhou por todo o fígado. E mesmo com tratamento, normalmente os pacientes têm uma esperança média de vida de cerca de três meses após lhes ter sido diagnosticado o cancro.

Fonte: The Straits Times

Andreia Parente