Foram libertados esta manhã da prisão de Abu Ghraib, a oeste de Bagdad, 315 detidos iraquianos. Este centro de detenção é o palco da polémica que envolve sevícias infligidas por soldados americanos a detidos iraquianos. O caso veio a público com a denúncia feita pela cadeia de televisão norte-americana CBS, que divulgou as primeiras fotografias há semanas.

De acordo com a agência France Press, os prisioneiros libertados queixaram-se dos maus tratos sofridos durante o período de detenção em Abu Ghraib. Relatos de humilhações são comuns, e muitos presos afirmaram terem ficado suspensos em paredes, pelas mãos, durante cerca de cinco horas.

A libertação de um grupo de 315 detidos iraquianos foi anunciada no dia 12 por um responsável da coligação no Iraque. No entanto, os prisioneiros só foram libertados hoje, um dia após a visita do secretário de Defesa norte-americano Donald Rumsfeld à prisão de Abu Ghraib.

Durante a visita de ontem, Donald Rumsfeld disse aos militares que estes “são fantásticos”. “O que vocês estão a fazer é importante. É um trabalho nobre”, disse Rumsfeld aos soldados americanos em Abu Ghraib.

Por sua vez, o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, afirmava ontem que as sevícias infligidas aos prisioneiros iraquianos tiveram origem numa “falha do comando” militar norte-americano.

De acordo com informação da agência Reuters, a prisão de Abu Ghraib albergava cerca de 3800 detidos no início da semana. Os americanos prometem libertar mais mil prisioneiros nos próximos dias.

Foto: Reuters

Ana Correia Costa