O Conselho de Ministros aprovou segunda-feira a criação de um grupo de trabalho para reorganizar o ensino superior, o qual vai ser liderado por Veiga Simão. Mas, para Ferreira Gomes “é errado pedir a um ancião do ensino português para fazer a história da educação”.

De acordo com o comunicado divulgado após a reunião, o primeiro objectivo é estabelecer o “modelo de implementação de uma universidade em Viseu”, por se inserir “numa região dinâmica e competitiva”. Para o vice-reitor da Universidade do Porto esta é mais uma aposta errada. Ferreira Gomes defende que “Portugal tem universidades a mais e formação secundária e pós-secundária de carácter profissionalizante em grande falta”. Para o professor, o grande desafio não é criar novas instituições de ensino, mas sim apostar em “universidades de nível internacional”.

O vice-reitor defende que “em Portugal não há espaço nem dinheiro para as 14 universidades existentes” e por isso “criar uma numa cidade pouco populosa como Viseu não se justifica”. “Quem vai pagar é o país e os jovens que vão ser obrigados a ir estudar para lá”, acrescenta.

A decisão de implementar uma universidade em Viseu tem também sido alvo das críticas do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos.

Segundo o documento apresentado após a reunião do Conselho de Ministros, o grupo de trabalho tem como finalidade “definir princípios” para a reorganização do ensino superior e criar “sinergias entre as universidades e os institutos politécnicos”.

Novas regras no acesso ao ensino superior

O Conselho de Ministros aprovou também a alteração do regime de acesso e ingresso no ensino superior. As alterações passam pela “eliminação da segunda chamada da primeira fase e pela antecipação, para o mês de Julho, da segunda fase”.

De acordo com o comunicado emitido após a reunião, o objectivo é “evitar a perturbação do normal funcionamento das escolas secundárias e do início das aulas do ensino secundário, e permitir o início do ano lectivo no ensino superior em simultâneo para todos os estudantes”.

Andreia Parente