As versões divergem, mas ambas coincidem no número de vítimas. Um ataque aéreo norte-americano fez 40 mortos quarta-feira, na cidade de Makrl al-Deeb, junto à fronteira com a Síria. As autoridades militares americanas afirmam que suspeitavam da existência de um esconderijo de resistentes iraquianos, mas testemunhas iraquianas dizem que as vítimas estavam a celebrar um casamento.

Num comunicado, os militares americanos dizem ter pedido apoio aéreo para responder a “fogo hostil” contra soldados da coligação. No entanto, iraquianos entrevistados pela Associated Press Television afirmam que apenas foram disparados tiros para o ar, uma tradição nos casamentos e festas no Iraque. Esse costume foi proibido pelas tropas americanas.

A confirmar-se esta versão dos acontecimentos, não será a primeira vez que os americanos confundem salvas de tiros com ataques hostis. Em Junho de 2002, 48 civis afegãos foram mortos e 117 ficaram feridos num casamento em Oruzgan por engano.

“Os aviões americanas deixaram cair sobre nós mais de 100 bombas”, afirmou um homem não identificado que disse viver em Makrl al-Deeb, em declarações à estação televisiva Al-Arabiya. “Atingiram duas casas durante o casamento e depois atacaram toda a vila. Nenhum tiro foi disparado por nós. Não se passou nada”.

Os militares americanos dizem que o ataque ocorreu no deserto, a 24 quilómetros da fronteira com a Síria. As tropas americanas suspeitam que aquela rota seja usada para que militantes atravessem da Síria para lutar contra a ocupação.

Outros focos de tensão

Noutro ponto do país, morreu quinta-feira um soldado americano, vítima de um ataque com granadas de mão.

Em Bagdade, três soldados espanhóis ficaram feridos, numa altura em que o contingente militar espanhol prepara a saída do Iraque. Neste ataque um rebelde iraquiano foi morto e outro ficou gravemente ferido.

Já morreram 790 soldados americanos desde o início das operações militares no ano passado.

Pedro Rios

Foto: REUTERS/ Al Arabiya Television/ Via Reuters Television