Um total de 66 arguidos responde por crimes de pedofilia, naquele que é já considerado o maior processo do género realizado em terras gaulesas. Um terço dos arguidos reclama inocência. 39 são acusados de terem violado ou explorado crianças com menos de 15 anos de idade. Os outros estão indiciados por agressões sexuais, não denunciação de crimes e corrupção de menores.

As vítimas são 45 crianças, com idades compreendidas entre os seis meses e os 12 anos na altura dos acontecimentos, que eram abusadas pela família, pelos vizinhos ou por qualquer pessoa que pagasse.

Os protagonistas das agressões (39 homens e 27 mulheres) são de baixa condição social, pouco qualificados e desempregados há vários anos, que levavam os seus filhos para serem violados em troca de cigarros, comida ou pequenas quantias de dinheiro.

Quatro meses de julgamento

Os factos remontam a um período que se prolongou por mais de três anos, entre Janeiro de 1999 e Fevereiro de 2002, e tinham lugar num apartamento de um casal num bairro social de Angers, no Oeste de França. Este caso começou a ser investigado após a denúncia de uma das vítimas contra dois irmãos com passado criminal de abusos sexuais.

O julgamento, que está a chocar a opinião pública francesa, deverá prolongar-se por quatro meses. Uma sala de audiências suplementar foi construída propositadamente no Palácio de Justiça de Angers para receber o julgamento da rede pedófila.

Letícia Amorim