Os estudantes universitários prometem um "Livro Negro" com os problemas mais prementes das universidades e politécnicos portugueses.

Os dirigentes das associações de estudantes do ensino superior, reunidos no Encontro Nacional de Dirigentes Associativos (ENDA), que se realizou este fim-de-semana na Covilhã, vão apresentar um “Livro Negro do Ensino Superior”.

Este encontro nacional contou com a presença de Pedro Esteves, presidente da Federação Académica do Porto (FAP). O dirigente associativo explica que a tónica do encontro recaiu nos diversos contributos das 94 associações de estudantes do continente e ilhas para a delimitação de problemas e prioridades no ensino superior.

Propostas para o futuro

“Apresentámos uma moção sobre a situação actual da política educativa, onde enumerámos situações que gostávamos de ver alteradas neste novo elenco governativo”, diz Pedro Esteves. As reivindicações passaram pela exigência da avaliação permanente da carreira docente, por uma clarificação sobre o financiamento do ensino superior e pela necessidade de a nova Lei de Autonomia manter a paridade nos órgãos de gestão das instituições.

O “Livro Negro” resulta do levantamento de todos os problemas relacionados com o ensino superior a nível nacional. “Vamos fazer o Livro Negro da Educação em Portugal para levar ao ministério e também à Assembleia da República”, explica o dirigente do Porto.

Após a conclusão do encontro da ENDA, a próxima forma de luta está já agendada. O dia 14 de Abril promete acções de protesto por um ensino superior de qualidade por todo o país. Pedro Esteves revela que a FAP vai discutir a estratégia a seguir na próxima Assembleia Geral.

O que fazer é uma questão premente tanto no Porto como no panorama actual do ensino superior em Portugal numa altura em que novos desafios como a Lei de Bases do Financiamento do Ensino Superior e o Processo de Bologna se impõem. Problemas antigos que exigem respostas rápidas de um governo recente.

Mariana Teixeira Santos