O Centro de Astrofísica do Porto comemora 15 anos de existência e orgulha-se de ser o maior centro de investigação científica do país na área, reconhecido internacionalmente. A astronomia tem conhecido um grande desenvolvimento em Portugal nos últimos 15 anos e existem diversos observatórios espalhados pelo país.

Filipe Pires é astrónomo e trabalha no núcleo de divulgação do Centro de Astrofísica. O astrónomo explica as razões que o levaram a seguir esta carreira: “O Universo é muito grande e sempre me fascinou imenso. Olhar para as estrelas sempre foi uma grande paixão. Depois de ter entrado na faculdade, esse gosto aumentou ainda mais quando comecei a estudar a sério todas as leis que regem o universo”. Filipe Pires acrescenta ainda que “a astronomia é uma das poucas ciências que pode ser feita por amadores. Existem vários amadores a fazer observações de grande qualidade e isso é muito motivante”.

Para o jovem investigador, a astronomia “não é apenas olhar para o céu”. Existem muitos objectos do dia-a-dia desenvolvidos graças aos estudos desta ciência, como as máquinas fotográficas digitais. Questionado sobre as dificuldades de seguir uma carreira nesta área, Filipe Pires não tem dúvidas em afirmar que “a falta de uma política coerente e continuada ao longo dos anos na investigação, é um dos grandes problemas com que se deparam os cientistas”. Salienta que “este não é um problema exclusivo da astronomia, mas de toda a investigação científica em geral”. Apesar das dificuldades, o astrónomo insiste em afirmar que “Portugal tem vindo a melhorar. Há 15 anos atrás praticamente não existia astronomia em Portugal e o nosso país estava isolado da comunidade científica internacional”.

Mário João Monteiro, investigador e professor de astronomia da UP, explica que a grande maioria dos seus alunos não vai ser astrónomo. “São poucos os que seguem astronomia. A maioria opta pela investigação na área da matemática e da física”, diz.
A Faculdade de Ciências da Universidade do Porto oferece uma licenciatura em astronomia. Por ano abrem 20 vagas que são sempre preenchidas. Actualmente frequentam o curso aproximadamente 120 alunos.

Milene Câmara