Júpiter, Saturno, as crateras da Lua e algumas constelações ao alcance de um olhar. Os mistérios da astronomia desvendados no Centro de Astrofísica do Porto.

Todos os meses o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto abre as portas ao público para mostrar o céu através de um telescópio. A iniciativa chama-se “Mais perto das estrelas” e destina-se a todos os que se interessam por astronomia ou a simples curiosos.

O planetário repleto de estrelas recebe os visitantes, que aguardam o início de uma pequena sessão onde se explica o que pode ser observado no céu nesta altura do ano. O planetário simula um céu perfeito, sem poluição luminosa e nas condições meteorológicas ideais, que permite observar 2.000 estrelas. Uma ínfima parte das 150 mil milhões de estrelas que existem na Via Láctea, a nossa galáxia.

Confortavelmente sentados, os visitantes aprendem a identificar as constelações, a estrela polar, os dois planetas visíveis a olho nu, Júpiter e Saturno e o único objecto visível do hemisfério norte exterior à nossa galáxia, a constelação de Andrómeda.
Um astrónomo explica que o céu do Porto não reune as condições ideias para a observação devido à existência de muita luz típica das grandes cidades. Só a partir de um raio de 50 quilómetros das grandes cidades é que a visibilidade melhora.
Segundo um estudo feito nos Estados Unidos cerca de 50% a 70% da iluminação pública é desperdiçada, devido à má orientação das fontes luminosas.

O orador alerta ao público que as observações possíveis com o telescópio diferem muito das fotografias que estamos habituados a ver do universo. Ao espreitar pelo instrumento óptico, apenas vislumbramos os objectos extraterrestres com uma luminosidade muito mais fraca, muito mais pequenos e sem cor.

O céu de Março permite observar o enxame estelar das Plêiades, um dos conjunto de estrelas que se encontram mais próximo da Terra, a apenas 380 anos-luz, Saturno e a Nebulosa de Órion, conhecida como a rainha das constelações de Inverno, por ser a mais bonita e a mais próxima do nosso planeta nesta altura do ano.

Todos os visitantes têm oportunidade de espreitar pelo telescópio, sempre acompanhados pelo astrónomo de serviço. As sessões podem durar horas, dependendo do número de participantes e do que se pode observar nesse dia. Normalmente aparecem cerca de 10 a 15 pessoas por sessão.