Uma menina portuguesa de dois anos morreu na sequência do incêndio que deflagrou esta madrugada num hotel em Paris, confirmou à Lusa fonte da secretaria de Estado das Comunidades.

A criança “faleceu no hospital para onde foi transportada” pelos bombeiros, revelou a mesma fonte.

Segundo o porta-voz da Embaixada de Portugal em França, a menina chamava-se Patrícia e era filha de Vânia Mendes, a mulher de 27 anos que também estava hospitalizada com diagnóstico reservado.

Fonte da secretaria de Estado das Comunidades revelou ainda que Vânia Mendes “está bem, embora com queimaduras”, e que já visitou a outra filha, gémea da falecida, que apresenta também “queimaduras nos pés”. “A portuguesa já sabe que a filha faleceu e está a receber ajuda psicológica disponibilizada pelo Governo português”, acrescentou.

As despesas com a hospitalização das vítimas ficarão também a cargo do Governo, dada as dificuldades financeiras da família. Vânia Mendes andava à procura de emprego em Paris há cerca de três semanas.

O embaixador português em Paris, João Rosa Lã, também confirmou esta manhã a morte de um português. Segundo Rosa Lã, “existe, também, já montado na embaixada e no consulado um dispositivo para dar a assistência necessária aos portugueses que aparecerem feridos”.

O incêndio teve origem acidental, apesar de ainda serem conhecidas as suas causas, de acordo com fonte da polícia francesa, citada pela France Presse. Os peritos, “segundo os primeiros elementos recolhidos, não encontraram qualquer elemento que indicie tratar-se de um acto com origem criminosa”, explicou.

As chamas atingiram mortalmente 20 pessoas, 10 delas crianças, e feriram 60, onze das quais gravemente. Algumas pessoas saltaram dos andares superiores do hotel para fugir ao fogo.

O hotel Paris-Opera era habitado por 76 pessoas, a maioria dos quais imigrantes africanos, e usado pela segurança social francesa para albergar pessoas sem recursos.

De acordo com a France Presse, entre as vítimas contabilizam-se também cidadãos de nacionalidade francesa, senegalesa, costa-marfinense, norte-americana, ucraniana e tunisina.

O incêndio destruiu por completo o hotel Paris-Opera e foi já considerado um dos mais mortíferos nos últimos vinte anos em Paris.

Milene Marques
Foto: Xinhua