O projecto Urbanismo Masterplan da Porto Vivo, foi ontem apresentado no átrio da Câmara Municipal do Porto. O conselho de administração da Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) deu a conhecer as propostas para a revitalização da baixa do Porto.

O projecto vai custar 2.700 milhões de euros e delimita 36 áreas de intervenção. O orçamento indicado no Masterplan inclui a reabilitação da totalidade dos edifícios degradados e dos espaços públicos. Prevê-se a renovação de 5.785 edifícios.

A reabilitação da baixa da cidade invicta implica o repovoamento daquela zona, através de mecanismos que proporcionem o desenvolvimento do comércio e a dinamização do turismo, cultura e lazer. As acções de revitalização têm como premissas fundamentais a requalificação urbana, a revitalização económica e a recomposição social daquela área. Durante a apresentação, Joaquim Branco, membro do conselho de administração da Porto Vivo, defendeu ainda a modernização infra-estrutural e a gestão do centro urbano.

A Zona de Intervenção Prioritária (ZIP), definida a partir das Áreas de Contenção ao Crescimento Urbano (ACCRU), inclui as seis áreas onde a degeneração económica, social e urbana se faz sentir com mais intensidade. A ZIP é o ponto de partida para o arranque da reabilitação desta zona histórica do Porto. A Praça da República e Carlos Alberto, os eixos Mouzinho/Flores, Poveiros/S. Lázaro, Sousa Viterbo/Infante e a Rua do Mirante são os pontos seleccionados para intervenção prioritária.

Os eixos Aliados/Liberdade e Sousa Viterbo/Infante, na República e nos Pedreiros, são as áreas onde as recuperações do edificado serão mais dispendiosas (93.7 milhões de euros). A zona envolvente da Rua do Mirante será a obra mais barata, com um custo de 4.22 milhões de euros.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, considera este projecto “um elemento fundamental para a coesão social e dinamismo do coração da cidade”. No discurso de abertura, Rio defendeu a forma estruturada como o Urbanismo Masterplan foi pensado: “se tiverem que dizer mal, digam do conteúdo, uma vez que a forma foi pensada e estruturada da melhor maneira”. Rui Rio aproveitou ainda para frisar que “dificilmente este processo poderá ser travado”.

O Urbanismo Masterplan pretende inverter a tendência para o aumento dos movimentos pendulares que afastam as pessoas para a periferia. Através do comércio de proximidade e transformando o Porto num pólo aglutinador de actividades, a Porto Vivo dá o pontapé-de-saída já em Junho próximo na Praça Carlos Alberto. Prevê-se que o projecto termine em 10 anos.

Agostinha Garcês de Almeida
Pedro Gonzaga Nolasco