A atribuição dos mesmos direitos dos casais heterossexuais aos casais homossexuais levanta a questão da adopção de crianças por parceiros do mesmo sexo. Esta conclusão já levantou alguma celeuma, já que representantes da Igreja Católica, ortodoxos e judeus resolveram exigir ao Governo espanhol, que aprovou o casamento homossexual, sobre esta matéria “mais reflexão, diálogo e consenso”, acrescentando ainda que este tipo de casamento “desfigura a instituição do matrimónio em algo tão elementar como é a sua constituição por um homem e uma mulher”. Esta nova lei “prejudica o bem comum”, afirmaram hoje os bispos espanhóis.

Por seu lado, a Opus Gay vê a questão com naturalidade, afirmando que “não há nada hoje em dia que prove que a educação por pais ou mães homossexuais altere a idiossincrasia da criança. Homossexuais a título individual já podem adoptar. Dezenas de crianças tem sido adoptadas e criadas por pais e mais homossexuais só que à socapa”.

O presidente da Opus Gay, António Serzedelo diz, ao JPN, que estamos no domínio do preconceito e que a Igreja Católica se deve abster de opinar sobre a possibilidade da realização de casamentos homossexuais e da adopção de crianças por estes: “A Igreja tem direito de se manifestar no domínio da religião, mas deve-se abster de se pronunciar sobre assuntos laicos”, sublinha.

Pedro Sales Dias