Conselho Directivo da FDUP está demissionário. A Assembleia de Representantes reúne-se a 18 de Maio para eleger nova direcção. AEFDUP espera uma melhor relação institucional.

Espera-se apenas pela próxima Assembleia de Representantes da Faculdade de Direito da Universidade do Porto (FDUP), a 18 de Maio, para que um novo Conselho Directivo (CD) tome funções na faculdade. A reunião vai servir para fazer a eleição dos representantes dos docentes, depois de serem apresentadas as listas do CD.

O actual CD, presidido por Cândido da Agra, está demissionário e em gestão, até à eleição dos novos membros do órgão. A renúncia do actual presidente dá-se por motivos de saúde, numa altura em que está a menos de um ano de pedir licença sabática. Os membros do actual CD decidiram fazer agora a “passagem de testemunho”, já que o momento “é menos perturbador do que em Junho, quando há exames”. A continuidade do actual CD já não era possível, dado que os membros suplentes da lista agora em funções não eram em quantidade suficiente para uma eventual substituição. De acordo com o presidente da Associação de Estudantes da FDUP (AEFDUP), Afonso Bianchi, “o desleixo já estava a ser notório”, pelo que as expectativas em relação ao novo CD são “positivas”.

As críticas da AEFDUP

“A gestão do CD estava a ser arbitrária e com problemas a agravar-se”, afirma Afonso Bianchi, que revela ainda que a saída de Cândido da Agra já tinha sido várias vezes equacionada, mas “nunca se tinha encontrado alguém em condições de o substituir”. Ainda segundo o presidente da AEFDUP, será o vice-presidente do CD, José Cruz, a pessoa mais bem posicionada para ocupar o lugar de Cândido da Agra. Também André Leite, responsável do actual Conselho Directivo pelas Relações Públicas, considera que Cruz tem “todas as condições para ser um bom presidente do CD”.

Afonso Bianchi queixa-se de que “não há uma grande abertura do CD” para com a AEFDUP. As relações até já terão estado “piores”, mas o presidente da associação acusa os membros directivos de não quererem misturar a associação com a faculdade: “Para eles a faculdade é para ter aulas”. André Leite rejeita, no entanto, “qualquer problema entre a faculdade e a associação a nível institucional”.

As raízes da discórdia

Os problemas no relacionamento entre as duas instituições terão começado há cerca de quatro anos, por altura da mudança de instalações da FDUP do Campo Alegre para o edifício da Parcauto, a título provisório. Recorde-se que a AEFDUP se opôs à mudança, argumentando que esta só se devia realizar quando fosse para instalações definitivas.

Um novo capítulo terá surgido aquando da mudança para as novas instalações na Rua dos Bragas. A associação de estudantes foi colocada num edifício fora do perímetro da faculdade, tendo também o bar e a reprografia explorados pela AEFDUP passado para gestão directa do CD. A associação queixa-se ainda de não lhe terem sido cedidos espaços para cacifos e para afixação de informações. Afonso Bianchi considera que o actual edifício da associação de estudantes “já é um bom espaço de trabalho e de convívio”, mas refere que foi a reitoria da UP, com quem a AEFDUP tem “relações bastante bem sedimentadas”, que cedeu o edifício e algumas verbas para a sua recuperação.

A AEFDUP critica também a cedência de explorações dentro da faculdade. Afonso Bianchi considera a reprografia explorada pelo CD “uma má aposta”, estando já a circular um abaixo-assinado, com “bastante aceitação”, expondo o problema. Também a gerência do bar da FDUP por parte do CD é alvo de reparos, já que “um ano e dois meses depois de entrar em funcionamento, ninguém sabe se há um contrato ou não, nem os membros do CD”. Também a subida de alguns preços no bar é apontada pela direcção da AEFDUP, que terá feito chegar uma reclamação ao CD. André Leite nega a chegada desse documento ao CD, manifestando no entanto que o órgão “tem mecanismos próprios, a nível contratual, para limitar os preços”.

João Pedro Barros
Letícia Amorim