Com o crescimento da Faculdade de Ciências, as instalações no emblemático edifício dos “Leões” tornaram-se pequenas. O plano de desenvolvimento da FCUP, que já vem dos anos 80, previa um só edifício para todos os departamentos, com biblioteca, cantina e espaços comuns. Hoje, a faculdade funciona em diversos edifícios, repartidos pelo Campo Alegre e pela Praça Gomes Teixeira. Existe ainda em Vairão, Vila do Conde, uma secção autónoma do curso de Ciências Agrárias.

Baltasar Castro, presidente do Conselho Directivo da Faculdade, concorda que “a mudança tem corrido mais lentamente do que seria de esperar”, mas relembra que “quando começou a fase de construção de edifícios novos da universidade, esta faculdade [FCUP] foi das primeiras a ter edifícios novos.” Apesar das diversas dificuldades que o processo conheceu, Baltasar Castro aponta 2007 como a data de conclusão das transferências de departamentos.

O próximo edifício a ser construído vai albergar os cursos do departamento de Zoologia e Antropologia, que actualmente funciona em dois pólos: os “Leões” e o Campo Alegre (no edifício do Jardim Botânico). A abertura do concurso público está prevista até ao final do mês, um investimento na ordem dos cinco milhões de euros, avançou António Cardoso, vice-reitor da Universidade do Porto no debate “O estado da FCUP”, organizado pela Associação de Estudantes da faculdade no âmbito da Semana da Ciência.

No edifício dos “Leões”, na Praça Gomes Teixeira, segundo Baltasar Castro, “irá permanecer toda a parte museológica e o fundo antigo da biblioteca e da pinacoteca. Teremos que arranjar uma solução de coabitação com a reitoria, que se prevê que venha ocupar estas instalações para a manutenção dos museus.”

Para Álvaro Pedro Costa, presidente da Associação de Estudantes, os principais inconvenientes da demora na conclusão das obras prendem-se com o facto de os alunos não terem tempo para se deslocar entre os departamentos. “Muitas vezes somos obrigados a estar às 9 horas no Campo Alegre e às 10 nos ‘Leões’, ninguém aguenta esta correria”, afirma. Reconhece, no entanto, que “este ano tem sido feito um esforço para ter isso em atenção na construção dos horários”.

Acesso nocturno

Outras das reivindicações deste dirigente académico relaciona-se com o acesso às salas de informática depois das 20h00. A partir desse horário, só os alunos de cada departamento podem aceder aos computadores, o que implica que os estudantes de zoologia e antropologia, cursos que funcionam nos “Leões”, não possam trabalhar depois dessa hora já que o seu departamento encerra.

Baltasar Castro, presidente do Conselho Directivo explica “que o problema não é de acesso às salas, mas dos edifícios que têm sido geridos pelos próprios departamentos, por razões de segurança”. Sensibilizado com este problema, o presidente garante que está a ser feito um esforço por parte dos departamentos para alterar essa situação, mas reconhece que antes do próximo ano lectivo não haverá alterações.

Milene Câmara