A iniciativa procura mostrar “a versatilidade do desenho como forma de pensar ou como forma de actuar” “num espaço muito partricular”, explica ao JPN Paulo Luís Almeida, um dos organizadores da exposição que comemora os 225 anos da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP).

A mostra reúne desenhos de 10 autores (convidados por 10 comissários) de áres como a arquitectura, artes plásticas, coreografia, correcção tipográfica, “design” de comunicação, engenharia civil, geologia, ilustração científica e infantil, literatura, medicina, música, performance, restauração, serralharia e sonoplastia.

Três salas do edifício Corpus Christi, no Cais de Gaia, acolhem 100 desenhos apresentados numa sequência “que permite organizar os desenhos segundo os termos a que o desenho está muito associado: friccionar ou esfregar, imprimir ou pressionar, diluir ou dissolver e lavar. A ideia é pensar e ver o desenho do ponto de vista de quem o produz”, afirma Paulo Almeida.

A exposição resulta da colaboração entre a Faculdade de Belas Artes e a Câmara Municipal de Gaia, no âmbito do protocolo celebrado entre a Gaianima e a FBAUP, que veio “criar novos espaços para a faculdade”.

Uma exposição funcional

“[A exposição faz] uma ligação com a primeira aula de desenho, há 225 anos atrás, na qual o objectivo não era apenas fomentar a arte, mas principalmente, o campo da indústria: o desenho enquanto raciocínio – uma visão funcional”, diz Paulo Almeida.

A exposição “não é valorativa. Os seus desenhos não podem ser avaliados pelo seu valor estético, mas pelo valor enquanto formação de pensamento e formulação de hipóteses”, explica o organizador.

A inauguração da mostra é esta noite, às 21h30, no Edifício Corpus Christi, no no Cais da Gaia. A exposição está patente até 11 de Junho, de segunda a sábado.

Letícia Amorim