À margem das tradições académicas encontra-se a grande maioria dos alunos da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP). A Associação de Estudantes (AE) da FBAUP tem uma posição muito definida em relação à praxe e à Queima das Fitas. “A praxe é decadente e não é um sinal de evolução dos homens. Está na altura de a sociedade evoluir para tendências que valham a pena, que incluam ao invés de excluir”, diz Fernanda Torre, presidente da AE. Do seu ponto de vista, “não é necessário humilhar para ambientar as pessoas”.

Para José Peneda, aluno e membro do Conselho Pedagógico e Conselho Directivo, há na FBAUP “um espírito de negação em relação às tradições académicas”, nomeadamente, na participação na serenata e outras actividades da semana da Queima das Fitas. Considera mesmo que, tendo participado cerca de meia-dúzia de finalistas e alguns caloiros no cortejo deste ano, “Belas Artes é um pouco independente da universidade nessas coisas.”.

A participação dos alunos da FBAUP na Queima das Fitas tem sido através da presença nos concertos das noites. José Peneda diz que “não há uma razão em específico para a FBAUP estar tão à parte dos festejos académicos”, mas avança que a faculdade “não é anti-praxe, mas o seu distanciamento deve-se talvez às circunstâncias”. “Tudo o que se passa não passa cá, é como se fosse um mundo à parte”, conclui.

Os alunos já chegaram mesmo a ter barracas no Queimódromo, mas este ano “as associações não tiveram esse interesse”. “O espírito académico sentido nas outras faculdades, aqui, passa ao lado”, diz.

Letícia Amorim