Timor-Leste reafirmou o seu apoio à candidatura de António Guterres ao cargo de Alto Comissário da ONU para os Refugiados (ACNUR). De acordo com um comunicado de imprensa divulgado hoje, quinta-feira, em Dili, o primeiro-ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri escreveu uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, a declarar o apoio do governo de Timor-Leste à candidatura de António Guterres. Alkatiri considera o ex-primeiro ministro português “a pessoa certa para ocupar um cargo tão importante”.

O chefe do governo de timorense explica a Kofi Annan que Timor-Leste tem consciência do estado actual em que se encontra o mundo “onde alguns conflitos duram há anos e outros, infelizmente, estão a emergir, dando origem a milhares de refugiados”. Alkatiri destaca ainda que “a memória de 24 anos de sofrimento, que inclui um número elevado de timorenses refugiados em países como Portugal, Moçambique, Austrália, Região Administrativa Especial de Macau e outros locais do mundo, está ainda fresca nos timorenses”.

“Foi um dos líderes que defenderam com determinação os Direitos Humanos”

“A sua capacidade de trabalho e os seus valores humanistas e morais são inquestionáveis”, frisa Alkatiri. O primeiro-ministro de Timor-Leste justifica o seu apoio argumentando que o ex-primeiro-ministro de Portugal “foi um dos líderes que defenderam com determinação os direitos do povo timorense, de outros povos do mundo e os princípios universais dos Direitos Humanos”.

António Guterres é um dos cinco nomes da lista final de selecção do secretário-geral da ONU para o cargo de Alto Comissário. Os outros são Gareth Evans da Austrália, Jessen Petersen da Dinamarca, Kamal Morjane da Tunísia e Bernard Kouchner da França.

Pedro Sales Dias
Foto: Nações Unidas