O que é que o levou a escolher este curso?

O meu percurso foi sempre avesso às matemáticas. Portanto, tentei encontrar algo de que gostasse e que não tivesse tanto essa componente das ciências exactas. Fui para a área dos Recursos Humanos, porque já tinha tido uma cadeira no secundário, no ensino técnicoprofissional. A partir daí, vi este curso e gostei.

De que forma é que encontros como este vos permitem preparar para os desafios que o mercado de trabalho apresenta?

Estes encontros são bastante proveitosos para nós, enquanto alunos finalistas, e para todos os estudantes em geral. Este ano tentámos trazer alguns casos concretos, alguns exemplos práticos.

Enquanto estagiário tem encontrado muitas dificuldades em implementar, por exemplo, programas de formação e “coaching” para recursos humanos?

No meu caso concreto não encontro esse tipo de situações porque estou numa empresa modelo. Estou a estagiar na “Continental – Marbor”, que tem muito boas práticas.
Concordo que há resistência à mudança, nomeadamente na faixa etária mais elevada. Há grande resistência à introdução de novos programas e projectos e à formação. Há muitas pessoas que acham que a formação é uma perda de tempo. Serão um pouco essas as situações.
O nosso curso tenta preparar-nos para isso. Às vezes sentimos dificuldades em aplicar aquilo que aprendemos na teoria. Embora o nosso curso tenha uma grande componente prática, aplicar os conceitos teóricos à realidade às vezes revela-se difícil. Mas isso só se adquire com a prática.

Como perspectiva o futuro dos recursos humanos em Portugal?

As máquinas podem ser compradas. Os recursos humanos é que fazem a diferença. Nós não podemos comprar um recurso humano adequado àquilo que pretendemos. Ele vai moldar-se ao nosso contexto. Em Portugal há bons profissionais na área dos recursos humanos.

Como é que lida com as situações de recém-licenciados que, vindos de um curso onde o mercado de trabalho está saturado, acabam por ir parar a áreas completamente diferentes?

Essa é uma questão frequente hoje em dia. Às vezes vemos colegas que nos dizem que concorreram a um emprego que não tem a ver com a licenciatura que fizeram. Essa é uma realidade. Mesmo quando para algumas funções se limitam as habilitações literárias, há outros que ficam excluídos.
Temos que saber lidar com isso mesmo quando temos pessoas com habilitações que são superiores àquilo que lhes é exigido. Temos que introduzir formas para lidar com essa desmotivação, pôr as pessoas a desenvolver outro tipo de actividades para que se sintam mais motivadas.

Texto e foto: Anabela Couto
Hugo Manuel Correia