São muito conhecidas as inúmeras aplicações terapêuticas do ácido acetilsalcilico que se encontra na famosa Aspirina. Para além do tratamento das vulgares dores de cabeça, enxaquecas e estados febris, a Aspirina tem também sido usada na prevenção de ataques cardíacos, devido à sua capacidade de tornar o sangue menos espesso e até mesmo na prevenção de algumas formas de cancro.

No entanto, investigadores australianos, num artigo a publicar na revista “British Medical Journal”, alertam para os perigos do uso prolongado da Aspirina em idosos.

De acordo com este estudo, os idosos com mais de 70 anos que tomem regularmente pequenas quantidades de aspirina para reduzir o risco de ataques cardíacos, mesmo que não tenham um historial clínico de doenças cardiovasculares, poderão desenvolver graves problemas no estômago.

Devido à sua acidez, a Aspirina pode provocar alguns problemas no estômago e está contra-indicada a doentes que sofram de úlceras gástricas. Segundo Mark Nelson, da Universidade da Tasmânia em Hobart, Austrália, citado pelo jornal “Público”, “a rotina de tomar pequenas doses de aspirina a partir dos 70 anos, por pessoas que não sofrem de doenças cardiovasculares, poderá estar associada a benefícios, mas também a danos”.

Para chegar a esta conclusão, os investigadores utilizaram um modelo que simulava as implicações de um consumo diário de 75 miligramas de aspirina por cerca de 20 mil homens e mulheres sem problemas de coração e com idades compreendidas entre os 70 e os 74 anos de idade.

A investigação confirmou as propriedades anti-coagulantes da Aspirina, mas também os efeitos secundários no estômago provocados por um uso prolongado de medicamento. Como tal, os investigadores sugerem que deixe de ser recomendado a idosos o consumo de pequenas doses deste medicamento.

Hugo Manuel Correia
Foto: BBC