O ensino da engenharia está assente na cidade do Porto há mais de dois séculos. Com origens que remontam ao século XVIII, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) adoptou esta designação a partir de 1926. Todavia, o ensino da engenharia começa em 1765. Na altura, o Porto era uma cidade com forte tendência mercantil e verificou-se a necessidade de apresentar pessoas capazes de comandar e manobrar as naus, essenciais para o comércio. Assim surge, na cidade do Porto, a Aula de Náutica.

Com o evoluir da sociedade, as necessidades aumentam. A Aula de Náutica deixa de ser suficiente: exigia-se formação a outros níveis. Assim, em substituição da Aula Náutica, foi criada a Academia Politécnica, que tinha como missão formar engenheiros, oficiais de marinha, pilotos, comerciantes, agricultores, directores de fábrica e artistas.

A Academia preparava alunos também para as Escolas do Exército, Naval, de Medicina e Farmácia. Depois da implantação da República, o primeiro governo republicano criou no Porto e em Lisboa duas novas universidades, com autonomia pedagógica e administrativa.

Como resultado desta reforma levada a cabo pelo governo, a Academia Politécnica, primeiro estabelecimento de ensino de Engenharia do País, foi transformada em Faculdade de Ciências, a qual ficou anexa à Escola de Engenharia. Mais tarde e por imposição dos professores, a Escola de Engenharia tornou-se Faculdade Técnica e desta vez com autonomia própria. Nesta altura efectuou-se a primeira divisão dos cursos de Engenharia em Civil, Minas, Mecânica, Electrotécnica e Químico-Industrial.

Em 1930, a Academia Politécnica passa a chamar-se Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

100 anos depois da criação da Academia Politécnica, em 1937, é inaugurado o edifício da Rua dos Bragas.

Em 1988, a publicação da lei de Autonomia Universitária veio permitir que a Faculdade de Engenharia aprovasse os seus primeiros estatutos onde foi fixada a sua autonomia administrativa, financeira e pedagógica.

Em 1981, foi criado o primeiro curso de mestrado. A pós-graduação constitui também uma das áreas de grande investimento da FEUP. Actualmente, a faculdade oferece mais de 25 mestrados e mais de uma dezena de doutoramentos, nas mais diversas áreas técnico-científicas correspondentes aos departamentos, e ainda nas áreas interdisciplinares de Engenharia e Ciências de Engenharia.

No que toca ao processo de Bolonha, a FEUP assumiu uma posição definida, de acordo com um protocolo entre as escolas de engenharia do país.

A expansão desta faculdade transformou as instalações da Rua dos Bragas cada vez mais exíguas para o número de alunos e de pessoal (docente e não docente) que ali trabalhava. A área útil total rondava os 30.000 m2.

Hoje, a FEUP conta com novas instalações, com uma área que quase triplica a anterior e com condições e qualidade visivelmente superiores, para agrado dos seus alunos. A qualidade do ensino garante uma taxa de empregabilidade que ronda os 95%.

Agostinha Garcês de Almeida
Foto: FEUP