A Voyager foi lançada há 27 anos do Cabo Canaveral e continua a surpreender a comunidade científica com a sua capacidade de resistência e longevidade. Edwrad Stone, cientista do projecto do Instituto Tecnológico da Califórnia, anunciou que a sonda “iniciou a última etapa da sua viagem até aos confins do espaço interestelar”. O anúncio foi feito quarta-feira pela NASA.

A sonda ultrapassou o limite do sistema solar, tendo entrado numa área onde a influência do Sol termina e existem grandes tempestades magnéticas.
Há um ano a equipa científica de investigação já tinha anunciado que os magnetómetros da sonda tinham começado a registar dados que revelavam fenómenos nunca antes observados durante os seus 26 anos de missão.

Segundo o Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA, a Voyager está a aproximar-se de uma região estranha do espaço denominada “Zona Final”.

Ricardo Reis, estudante finalista de astronomia e membro do núcleo de divulgação do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, explicou ao JPN que “a Zona Final é o sítio onde o vento da nossa estrela, o sol, tem uma força igual ao vento das outras estrelas da nossa redondeza. A isso chama-se heliopausa – o sítio onde a influência directa do sol, da energia do sol, é contrabalançada pelas outras estrelas”.

Eric Christian, membro do grupo de investigadores do Sistema Solar da NASA, revelou mesmo que “as observações da Voyager nos últimos anos mostraram que a Zona Final é muito mais complicada do que se julgava”.

A Voyager 1 e a Voyager 2 foram lançadas com o obejctivo de estudar os planetas de Júpiter e Saturno. Para lá destes planetas a energia solar é menor e não é suficiente para alimentar os painéis solares das duas sondas. Por essa razão, os cientistas instalaram três geradores nucleares que, segundo a NASA, continuam operacionais mesmo ao fim de 27 anos.

Hugo Manuel Correia
Foto: NASA