Começa hoje em Lisboa o primeiro grande festival de música de 2005. O Super Bock Super Rock apresenta-se ao público, com um som mais pesado, tendo nos New Order ou em Moby, duas das poucas excepções.

Segundo o jornalista Jorge Manuel Lopes, do Blitz, “o cartaz deste ano encaminha-se muito para uma faixa etária relativamente baixa, o que faz algum sentido já que estamos ainda em Maio, ou seja, está toda a gente na cidade”. Lembre-se que o Super Rock é o único dos grandes festivais do nosso país a acontecer numa zona urbana. Jorge Manuel Lopes prevê uma tendência rock para os festivais deste Verão, “neste caso, até um rock mais agreste”.

É na segunda noite que encontramos as excepções ao som mais duro, com os Black Eyed Peas, os New Order e Moby. Em relação aos veteranos ingleses New Order, Jorge Manuel Lopes espera um concerto “melhor do que o último álbum”. O disco, “Waiting for the siren’s call”, lançado este ano, ficou bastante aquém das expectativas, o que pode fazer com que o concerto de amanhã seja bastante “greatest hits”. “Eles estão numa fase tão avançada da carreira que é isso que acaba por se esperar sempre”, sustenta.

É possível que se oiçam alguns temas de Joy Division, os antecessores dos New Order, “tendo em conta a elevadíssima cotação dos Joy Division, neste momento, como inspiração para novas bandas”, diz o jornalista do Blitz.

Da mesma forma se espera que o espectáculo do veterano Iggy Pop, em palco com a sua antiga banda, os Stooges, seja mais uma revisita aos êxitos do passado do que uma forma de promover os seus trabalhos mais recentes, pouco conhecidos do público.

Jorge Manuel Lopes destaca os Mastodon, que actuam no domingo, antes dos Slayer, como possível boa surpresa neste festival. “É uma banda pela qual passa parte da renovação do ‘metal’, um pouco mais cerebral, no bom sentido”, diz.

Em relação ao facto de se terem afastado as bandas portuguesas do palco principal, o jornalista do Blitz não considera que tenha havido discriminação. “Isso aconteceria se as bandas portuguesas tocassem do meio-dia às oito, deixando o horário nobre para os artistas estrangeiros”. De facto, os concertos em ambos os palcos vão decorrer alternadamente, dando hipótese de ver todos os espectáculos”.

Carlos Luís Ramalhão
Foto: Terra