A balança comercial portuguesa, indicador que mede a diferença entre as compras e as vendas feitas ao exterior, continua a agravar-se. Face ao mesmo período do ano passado, o défice da balança comercial aumentou 19,6%, segundo dados fornecidos hoje, terça-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Quer isto dizer que a grande dependência de Portugal perante o estrangeiro continua aumentar. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) por via do aumento das exportações, que é uma das soluções mais consensuais para tirar Portugal da crise económica e financeira em que está mergulhado, continua muito condicionado.

Comparando o primeiro trimestre do ano passado com os primeiros três meses de 2005, as exportações subiram 5,3%, mas as importações cresceram 9,6%. O resultado é uma taxa de cobertura de 66,5%, ou seja, só cerca de dois terços das compras ao estrangeiro são pagas pelas vendas ao exterior.

No comérco intracomunitário, os dados do INE mostram que a Espanha, a Alemanha e a França são os principais parceiros comercias de Portugal: no seu conjunto, estes países representam 69,4% das compras e 65,2% das vendas aos países da União Europeia.

Os produtos mais adquiridos aos países europeus foram as máquinas e aparelhos, veículos e outro material de transporte, e os químicos, que constituíram 47,4% das chegadas (48,8% em 2004). Na expedição, verificou-se que os veículos e
outro material de transporte, as máquinas e aparelhos, e o vestuário asseguraram 43,5% do total expedido em 2005 (48,1% em 2004).

Miguel Conde Coutinho
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