A grande maioria dos habitantes da Área Metropolitana do Porto admite deixar de utilizar combustíveis, caso se verifique uma subida de preços, sobretudo entre os 1,50€ – 1,70 € para a gasolina e 1.30€ – 1.50€ para o gasóleo.

A análise, efectuada pela empresa júnior FEP Junior Consulting (FJC), sedeada na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, teve como amostra 500 consumidores de combustíveis da Área Metropolitana do Porto (14 concelhos) , durante os meses de Abril e Maio de 2005. Os concelhos mais estudados foram Vila Nova de Gaia, Gondomar, Maia, Matosinhos, Santa Maria da feira e Porto, por serem os principais focos de densidade populacional

O estudo “surge da necessidade de analisar o mercado dos combustíveis, cujo efeito na economia portuguesa é muito significativo, se tivermos em conta a grande percentagem da população que utiliza viatura própria”, explica o relatório.

Influência da deficiente rede de transportes públicos

Apesar de 56% dos inquiridos admitir deixar de utilizar viatura própria, quando confrontados com uma possível subida de preços, os restantes 44% não se mostram receptivos a esta mudança, “sendo que para esta percentagem é especialmente significativo o número de inquiridos pertencentes a concelhos com uma deficiente rede de transportes públicos”, refere o estudo.

A comodidade é a principal razão apontada (24,2%) para a preferência pelos veiculos particulares, ficando em segundo lugar o reduzido número de transportes públicos na área de residência (13,2%) e em terceiro lugar os trajectos desadequados dos transportes públicos, com 12,8%.

87,4% dos inquiridos utiliza diariamente automóvel particular

A maioria dos inquiridos utiliza diariamente o seu veículo (87,4%), contra 9,8% que o usa apenas semanalmente. A principal justificação referida pelos inquiridos para o aumento do preço dos combustiveis é a cotação do Brent (40%), seguida da taxa de impostos ao petróleo com 19% e a liberalização dos preços com 12%.

O estudo sublinha os bons conhecimentos dos inquiridos, já que “as verdadeiras causas” do aumento de preços dos combustíveis são “essencialmente o aumento dos custos da matéria-prima e a elevada carga de impostos”.

Esta análise pretendeu estudar a reacção dos consumidores à subida do preço dos combustíveis e “incentivar a reflexão”. “Cabe a cada um de nós, enquanto consumidores, revendedores e petrolíferas, tomar medidas defensivas no consumo e procurar formas alternativas aos combustíveis líquidos, nomeadamente, ao gasóleo e à gasolina”, conclui o relatório da FJC.

Pedro Sales Dias
Foto: Getty Images