O número de vítimas mortais provocado pelos atentados no centro de Londres no passado dia 7 não deverá ultrapassar os 100, anunciou ontem, segunda-feira, ao final do dia pelo chefe da Scotland Yard, Ian Blair, com base no número de pessoas que permanecem desaparecidas (mais de 50, de várias nacionalidades).

Contudo, o responsável da polícia britânica não deixou de alertar para o facto de o número de mortos poder ser muito superior ao último balanço oficial, de ontem, que apontava para 52 vítimas mortais. “Tenho a certeza que o balanço de 52 mortos será ultrapassado”, afirmou Blair.

O responsável reconheceu ainda que os trabalhos de recuperação dos cadáveres estão a ser lentos, e pediu tempo e paciência aos que aguardam notícias de familiares desaparecidos desde quinta-feira.

Neste momento, estão a ser recuperados “partes de corpos, não corpos inteiros”, explicou o chefe da Scotland Yard. “Há cadáveres amontoados nas carruagens, que iam cheias de passageiros”, concretizou Ian Blair.

Até ao momento, a polícia britânica conseguiu identificar 49 cadáveres dos 52 que foram recuperados dos quatro locais que sofreram atentados. A linha Piccadilly, entre as estações de King’s Cross e Russell Square, é que mais dificuldades tem causado no processo de recuperação dos corpos, quer pelas condições em que se encontra a composição atingida, quer pelo número de vítimas que aí se registaram (21).

Há cadáveres que ainda não foram resgatados do interior do túnel, perto de Russell Square, onde o comboio circulava quando a bomba explodiu.

“É o maior cenário de crime da história britânica”, classificou Ian Blair.

Dos 700 feridos, 56 permanecem ainda internados nos hospitais e, destes, sabe-se que 15 estão em estado crítico.

Entretanto, Ian Blair adiantou que a polícia já conseguiu reunir 2.500 gravações vídeo, com imagens que poderão ser preciosas no processo de investigação sobre a autoria dos atentados. Para isso, a colaboração dos cidadãos tem sido essencial: a Scotland Yard lançou um apelo a todos aqueles que tenham recolhido imagens dos ataques para que as cedam às autoridades a fim de serem analisadas.

Ana Correia Costa
Foto: Alexander Chadwick