Numa frase, Freitas do Amaral não rejeita a possibilidade de se candidatar à presidência da República. Em entrevista publicada ao Diário de Notícias (DN), publicada na íntegra na edição de hoje, quarta-feira, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros diz que “o facto de ter aceito o convite para integrar o Governo” não o impede de “eventualmente ser candidato a esse ou a outros cargos electivos”.

Sem nunca referir o nome de Cavaco Silva, que se perfila como forte possibilidade para ser o candidato da direita, Freitas afirma que é necessário que se assumam candidatos, para que “os problemas possam ser discutidos, clarificados, as posições definidas, em vez de se passar apenas um cheque em branco a um determinado candidato a salvador da pátria”.

Freitas não diz se votaria em Manuel Alegre, mas sublinha que “há em Portugal” muitas pessoas “que têm mérito para serem presidentes da República”, entre as quais o socialista.

”Não devia haver promessas à volta dos impostos”

Outra ideia forte da entrevista ao DN são as críticas do ministro às promessas de José Sócrates na campanha eleitoral. “Não devia, pura e simplesmente, haver declarações sobre matéria de impostos”, afirma, considerando que “à volta dos impostos, não devia haver mitos, nem promessas, nem contrapromessas, nem hipocrisias”. Para Freitas, os impostos sobem “sempre que for necessário” e descem “sempre que for possível”.

O ministro aponta também “alguma deficiência” na comunicação do Governo. “Acho que este Governo não pode ser acusado de ter tomado poucas medidas nos seus primeiros quatro meses da sua permanência no poder, mas, se algum erro cometeu, ou se alguma deficiência se pode apontar – e faço ‘mea culpa’, porque sou solidário com todo o Governo -, é de não se ter explicado suficientemente a inevitabilidade da subida dos impostos”, afirmou.

Freitas do Amaral demarcou-se hoje dos excertos publicados ontem no DN, considerando que o jornal “manipulou e aproveitou algumas frases fora do contexto” para lançar a sua entrevista.

Pedro Rios