Três semanas após as eleições legislativas (nas quais cada um dos candidatos dos partidos mais fortes não reuniu votos suficientes para governar em maioria), o partido social-democrata (SPD) e a União democrata-cristã (CDU) alcançaram um consenso sobre o próximo chefe do governo alemão: Angela Merkel, a presidente da CDU, será a chanceler do novo governo de coligação.

As direcções dos dois partidos mais votados nas eleições de Setembro foram informadas na segunda-feira acerca de decisão saída da cimeira de domingo. Esta foi a segunda maratona da encontros entre as principais forças políticas alemãs para alcançar um consenso quanto à nomeação do novo chanceler.

Na tarde de segunda-feira, Merkel anunciou que vai ser a próxima chanceler da Alemanha e que vai presidir a um Governo de coligação com os sociais-democratas.

Apesar da resistência do agora ex-chanceler Gerhard Schroeder e do presidente do SPD em reconhecerem a nomeação de Merkel para a chancelaria federal (nas eleições de Setembro, a conservadora obteve mais votos do que Schroeder), um porta-voz do SPD adiantou que o acordo foi aceite pela maioria da direcção do partido.

Fontes próximas da CDU, citadas pela France Presse, informaram que a direcção deste partido também aceitou o acordo alcançado entre os líderes conservadores, Angela Merkel e Edmund Stoibel.

SPD com oito ministros

“Decidimos iniciar negociações formais com o SPD para uma coligação. A União (composta pelos dois partidos democratas-cristãos, CDU e CSU) ocupará a Chancelaria. A União e o SPD terão o mesmo número de membros no governo”, esclareceu Merkel em conferência de imprensa.

As negociações para a formação do governo só devem ter início na próxima semana, segundo adiantou uma fonte próxima da CDU, citada pela France Press. No entanto, os analistas avançam já com alguns nomes ministeriáveis.

De acordo com fonte da CDU, o chanceler cessante, Gerhard Schroeder, não deverá integrar o novo governo de coligação. O partido social-democrata alemão SPD, de Schroeder, ficará com oito dos mais importantes ministérios no futuro Governo de coligação.

O SPD deve ficar assim com os Negócios Estrangeiros, Finanças, Justiça, Trabalho, Saúde, Transportes, Ambiente e Ajuda ao Desenvolvimento.

Os democratas-cristãos (CDU/CSU) terão seis ministérios (quatro para a CDU e dois para o partido-irmão da Baviera, a CSU), além da própria chanceler, Angela Merkel, e do ministro da Chancelaria Federal (cargo que, apesar de ter pouca visibilidade, tem um grande poder).

O presidente da CSU da Baviera, Edmund Stoiber, deverá ser o futuro ministro da Economia. A presidência do “Bundestag” (Parlamento Federal) ficará para os democratas-cristãos.

Ana Correia Costa
Foto: CDU