“O Primeiro dia Europeu de Portugal” é o nome do livro que Gisela Machado, jornalista da RTP Porto apresenta hoje, quinta-feira, no âmbito do Congresso da Associação Portuguesa de Comunicação, que decorre na Universidade de Aveiro.

“Depois do 25 de Abril este é um dos acontecimentos mais importantes e mais estruturantes na vida colectiva portuguesa”, afirmou ao JPN Gisela Machado sobre a escolha do tema do seu trabalho.

A obra, fruto da sua tese de Mestrado em História Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, “analisa ao pormenor e em concreto o dia em que Portugal assinou o tratado de adesão à CEE a 12 de Junho de 1985”, explica.

O livro traça ainda uma contextualização histórica do processo de adesão, analisando a cobertura minuciosa e protocolar da RTP à assinatura do tratado.

Para além da transmissão da cerimónia principal no mosteiro dos Jerónimos e, depois de uma cerimónia realizada no Palácio de Belém, houve também uma série de debates ao longo do dia e programas dedicados ao tema.

“O que me dizem as pessoas que estiveram ligadas à cerimónia é que a nível de comunicação nunca tinha havido uma exposição tao grande do assunto. Por isso é que lhe chamo o primeiro dia. Foi a primeira tentativa mais consciente de seduzir os portugueses para o ideial europeu”, sustenta.

Para além de uma Menção Honrosa do Prémio Fundação Mário Soares 2004 para a História Contemporânea, o trabalho recebeu ainda o apoio do Incentivo à Edição de obras sobre Comunicação Social, do Instituto da Comunicação Social.

Aparato mediático da “telecerimónia”

O livro não se limita ao estudo àquilo a que Gisela Machado atribui o nome de “telecerimónia”. “É uma contextualização histórica da progressiva abertura de Portugal às ideias europeias que contraria a ideia de que Portugal estava sempre de costas voltadas para a Europa”, salienta.

A tese de mestrado da jornalista explica que o “Primeiro Dia Europeu de Portugal” foi o culminar de um longo processo. A cerimónia foi preparada pelo então director de informação Fernando Balsinha e pelo realizador Manuel Tomás numa maratona de de 14 horas de emissão em directo.

Pedro Sales Dias
Foto: Alfredo Cunha/Fundação Mário Soares