“A Ota é um projecto faraónico, altamente contestado. A linha Porto-Vigo é um investimento público muito menor”, referiu hoje, sexta-feira, aos jornalistas o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio.

Numa clara e directa alusão à intenção governamental de avançar com o projecto para um aeroporto na Ota, Rio argumentou que só admitiria “uma discussão em torno desta matéria se todos os grandes investimentos fossem travados até se equilibrar a situação financeira do país. E não é isso que estão a fazer”.

“Não é justo, não é equilibrado”, acusou o autarca, salientando que a sua posição foi reforçada hoje pela oposição na primeira sessão privada do novo executivo municipal.

Rui Sá e Francisco Assis também contestam

O vereador da CDU, Rui Sá, também defende a mesma posição e considera que a ligação Porto-Vigo deveria ser feita em simultâneo com as restantes e não “ficar para segundas núpcias”.

Por outro lado, o líder da oposição, o socialista Francisco Assis, mostrou-se preocupado com o eventual abandono do projecto do TGV Porto-Vigo e defendeu uma análise mais profunda do dossiê numa das próximas sessões do executivo.

TGV terá apenas duas linhas

A nova versão do projecto do TGV, apresentada pelo Governo, reduz de quatro para duas as linhas do comboio de alta velocidade entre Portugal e Espanha e estabelece quatro paragens entre Lisboa e Porto, de acordo com uma notícia avançada hoje pelo jornal “Público”.

Segundo o jornal, a nova versão do Governo, que reduz o projecto a duas linhas (Lisboa-Porto e Lisboa-Madrid), será apresentada em Novembro e prevê quatro paragens (Ota, Leiria, Coimbra e Aveiro) no percurso que liga as duas principais cidades do país.

Pedro Sales Dias
Foto: Rita Braga/Arquivo JPN