A direcção da Federação Académica do Porto (FAP) desloca-se hoje, terça-feira, a Lisboa, para uma reunião com os grupos parlamentares, à excepção do PP.

O encontro servirá para aquela estrutura académica entregar aos responsáveis políticos o caderno reivindicativo da academia portuense, composto por cerca de 52 páginas, disse hoje ao JPN o presidente da FAP, Pedro Esteves.

Apesar de estar prevista uma duração de meia hora para cada reunião com os grupos parlamentares – PS, PSD, BE, PCP e Verdes, por esta ordem – o dirigente académico conta ter oportunidade para discutir alguns dos problemas que afectam os estudantes, apontando a necessidade de os “grupos parlamentares terem conhecimento do actual estado do ensino superior na academia do Porto”.

A maratona de encontros tem início às 15h00, adianta o presidente da FAP, que justifica a ausência do CDS-PP da agenda de reuniões porque o partido não tem hoje nenhum deputado na Assembleia da República.

No pacote dos assuntos a discutir está incluído o aumento do valor das propinas, o qual, de acordo com Pedro Esteves, não é directamente proporcional à qualidade das infra-estruturas de algumas instituições de ensino.

FAP entrega cheque de 902 euros

Tal como já havia sido anunciado, a FAP vai aproveitar a ida à Assembleia da República (AR) para entregar um cheque gigante de 902 euros, gesto que, além da alusão clara ao actual valor da propina máxima, configura “uma forma irónica de mostrar a contribuição de cada estudante para o Plano de Estabilidade e Crescimento”, define o dirigente académico.

“A taxa de frequência é unicamente para combater o défice orçamental”, defende. Neste momento, alerta Pedro Esteves, “o mais grave é que, entre 80 e 90% do dinheiro que as instituições recebem do Orçamento de Estado, vai directamente para o pagamento de funcionários – docentes e não docentes -, e não para melhorar o ensino”.

Pedro Esteves pretende que, no mínimo, “os coordenadores da comissão de educação [da AR] se dêem ao trabalho de ler o caderno reivindicativo”.

Ministro ainda não definiu dia para se deslocar ao Porto

Suspensa ficou a manifestação agendada para ontem, frente ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), por conta da reunião prometida pelo ministro Mariano Gago, na passada quinta-feira, à direcção da FAP, na sequência do cordão humano que os estudantes levaram até ao Governo Civil do Porto.

Porém, Pedro Esteves disse hoje ao JPN que o gabinete do ministro do Ensino Superior ainda não agendou um dia para a deslocação de Mariano Gago ao Porto, a fim de receber, “em mãos”, o caderno reivindicativo dos estudantes do Porto e discutir com a direcção da FAP os “problemas do Ensino Superior e da academia”.

Recorde-se que, na passada sexta-feira, Pedro Esteves adiantou, ao JPN, que a possibilidade de retomar o protesto frente ao MCTES não está posta de lado, avançando ainda que a FAP estabeleceu o dia de amanhã como prazo limite para Mariano Gago reunir com a direcção da estrutura académica.

Ana Correia Costa
Foto: Arquivo JPN