O PS foi o único partido a votar a favor da proposta do Orçamento de Estado (OE) para 2006. Os restantes partidos manifestaram-se contra as linhas da política económica e social inscritas no documento. O OE para 2006 foi aprovado graças à maioria socialista.

A oposição questionou a ausência do ministro da Economia pelo segundo dia consecutivo, criticando o seu silêncio no que toca à discussão do OE.

Luís Fazenda, do BE, aplaudiu ironicamente a ausência de Manuel Pinho, uma vez que a “política económica está de facto ausente deste Orçamento”.

José Sócrates defendeu o ministro da Economia, alegando que Manuel Pinho esteve ausente do plenário de ontem à tarde, no Parlamento, por estar a trabalhar no seu gabinete. O chefe do Governo sublinhou que Manuel Pinho “esteve sempre presente ” ao longo do debate, “excepção feita na quinta-feira à tarde, porque esteve em trabalho no seu gabinete”.

Alegre ausente

Também ausente do hemiciclo esteve Manuel Alegre. O candidato presidencial já havia faltado ontem ao debate do OE e hoje, apesar de ter sido visto nos corredores do Parlamento, não esteve no plenário durante o encerramento da discussão nem na votação da proposta do Governo.

O primeiro-ministro não fez comentários em relação à ausência de Manuel Alegre, mas elogiou a proposta do Governo: “Este Orçamento do Estado está ao serviço da economia portuguesa”, defendeu o primeiro-ministro.

Sócrates sustentou que a proposta do Executivo “tem uma tripla orientação”. “O Orçamento tem como objectivos pôr ordem nas finanças públicas, mas também transmitir mais confiança e mais investimento, e lutar pela melhoria da qualificação dos portugueses”, acrescentou.

Honório Novo, do PCP, acusou o Governo de não promover, com este documento, o investimento e o crescimento da riqueza.

O Orçamento de Estado para o próximo ano será votado, na especialidade, a 29 de Novembro, e, em votação final global, um dia depois.

O ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros encerrou o debate em nome do Governo, dizendo que a economia portuguesa apresenta sinais de retoma.

David Pinto