O Presidente da República, Jorge Sampaio, afirmou hoje estar “profundamente chocado” com a morte de um militar português numa explosão, esta manhã, na região de Cabul, mas fez questão de salientar que o “lamentável incidente” não pode pôr em causa a presença portuguesa no Afeganistão.

“Quero saudar os militares que neste momento se encontram na força ISAP em Cabul e exprimir grande apreço como Presidente da República e como comandante supremo das Forças Armadas neste momento de grande dor e dificuldade”, exortou Sampaio numa declaração formal ao país no Palácio de Belém. “São momentos muito difíceis”, afirmou.

“Quem falou com a viúva como eu falei viu bem a sua dor”, ilustrou o Chefe de Estado, que enviou depois esperanças à “mãe que carrega a jovem criança no colo”.

O militar e mais três soldados portugueses circulavam numa viatura que foi atingida por um engenho explosivo a oito quilómetros de Cabul, no Afeganistão.

O primeiro-sargento João Paulo Roma Pereira, dos Comandos, foi a única vítima mortal. Dos restantes militares que o acompanhavam, um encontra-se em estado considerado grave e os outros dois com ferimentos ligeiros.

Missão portuguesa não está em risco

Questionado pelos jornalistas sobre o futuro da missão militar portuguesa no Afeganistão, Sampaio assegurou que as “missões são avaliadas todos os dias e que não é por causa deste lamentável incidente que a missão está em risco”, colocando assim de parte qualquer possibilidade de cancelamento da missão.

O Presidente da República entende que as missões de paz têm sempre risco associado e que a presença portuguesa nas várias zonas do globo tem sido decisiva em muitas situações, lembrando o que acontece actualmente em Timor-Leste.

Pedro Sales Dias
Foto: ONU