O ano de 2005 deverá terminar com Portugal a bater recordes nas emissões de gases poluentes para a atmosfera. A estimativa é avançada pela Quercus, que prevê que o valor global das emissões seja de “algumas unidades” acima de 43,8%, o aumento registado em 2002 relativamente a 1990, ano de referência do Protocolo de Quioto.

Os cálculos da Associação Nacional de Conservação da Natureza basearam-se na comparação de períodos homólogos, entre 2002 e 2005, e envolveram as emissões do principal gás com efeito de estufa – o dióxido de carbono – das várias centrais termoeléctricas e da venda de combustíveis para veículos, dois sectores que representa 55% das emissões totais do país.

A Quercus concluiu que, relativamente a 2002, ano em que Portugal emitiu maior quantidade de gases com efeito de estufa, este ano houve um aumento de 11% nas emissões de carbono provenientes da produção de electricidade.

No entanto, a associação refere que as emissões associadas aos combustíveis reduziram-se em 2,3%.

Em nota à imprensa, a associação ambientalista diz que a questão é “conjuntural” e que se deve à seca que se verificou nos últimos meses, à “incapacidade de resposta da parte dos sucessivos governos na implementação de medidas de conservação de energia e de rápida expansão de energias renováveis” e à falta de “políticas desincentivadoras do transporte rodoviário individual”.

Os cálculos efectuados pela Quercus baseiam-se em dados disponibilizados pela Rede Eléctrica Nacional (REN) para o período de Janeiro a Novembro de 2005 e nas estatísticas da Direcção Geral de Energia e Geologia para Janeiro a Setembro deste ano, referentes às vendas de gasóleo e gasolina em Portugal.

Ana Correia Costa
Foto: SXC