O PCP interpelou hoje, quarta-feira, a secretária de Estado dos Transportes na Comissão Parlamentar de Obras Públicas e Transportes, exigindo que sejam apuradas responsabilidades e tomadas medidas.

O caso foi denunciado pelo “Jornal de Barcelos”, em Novembro do ano passado. Segundo o jornal, a CP estaria a arredondar a distância das viagens entre Barcelos e Porto-Campanhã para, desta forma, aumentar o preço dos bilhetes. “Quando a distância a percorrer coincide com o último quilómetro de qualquer uma das fracções quilométricas constante na tabela de preços da CP, o passageiro passa a pagar mais”, explica Paulo Vila ao JPN.

Agostinho Lopes, deputado do PCP, solicitou uma audição parlamentar que apure se a portaria de 1975 sobre a Tarifa Geral de Transportes (TGT) ainda está em vigor e qual é a legitimidade dada à CP para alterar os preços base, uma vez que a empresa alega que a portaria já foi revogada por decreto-lei em 1983 e que a partir desta data é livre de fixar preços acima dos 50 quilómetros.

No entanto, Agostinho Lopes, em declarações à TSF, refuta o argumento da CP, afirmando que “esta situação contraria o parecer do Instituto Nacional dos Transportes Terrestres. Segundo esta instituição a tarifa geral de 1975 ainda está em vigor”.

O “Jornal de Barcelos” noticiou que são os passageiros dos comboios regionais, interregionais e os de longo curso que mais têm sido lesados. Por exemplo, o preço de uma viagem num comboio interregional entre Barcelos e Porto-Campanhã deveria ser de 2,70 euros, mas o passageiro paga 5,40 euros.

Contactada pelo JPN, a CP preferiu não prestar declarações por não considerar oportuno falar sobre este assunto antes das conclusões da audição parlamentar que está a decorrer hoje na Assembleia da República.

Paula Teixeira
Foto: SXC