Deram ontem, quarta-feira, entrada na Direcção Geral de Geologia e Energia (DGGE), departamento do Ministério da Economia e da Inovação, quatro candidaturas para a atribuição de licenças de exploração de energia eólica.

A EDP-Energias de Portugal, a Galp Energia, a Iberdrola-Galesa e a ENEL- Unión Fenosa são as empresas líderes dos quatro consórcios candidatos.

Os quatro agrupamentos candidataram-se a um concurso público que visa a exploração de até 1.500 mega watts (MW) de potência eólica, repartidos em duas fases de aproveitamento (1000 MW na primeira fase e os restantes 500 MW na segunda).

Sendo um dos maiores concursos públicos a nível europeu, representa cerca de um quarto da nova capacidade instalada em 2006 nos 25 Estados membros da União Europeia, segundo dados da European Wind Energy Association.

O prazo para a apresentação de candidaturas fechou às 17h00 de ontem. Hoje, quinta-feira, os técnicos da DGGE reúnem-se para estudar e aprovar a candidatura mais vantajosa e que preencha melhor os principais objectivos deste projecto: conseguir alimentar cerca de 750.000 casas espalhadas por todo o país e reduzir a emissão de monóxido de carbono para a atmosfera, já que esta é uma das metas do Protocolo de Quioto.

Proposta da Galp

A Ventinvest, agrupamento liderado pela Galpenergia, caso seja escolhida, pretende investir 1.035 milhões de euros e assegurar 1.250 postos de trabalho.

Propõe-se a distribuir as fábricas eólicas por sete distritos (Braga, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra, Lisboa e Santarém) e a instalar parques eólicos em Vila Real, Castelo Branco, Évora, Coimbra, Leiria, Beja e Lisboa, zonas que constam das áreas classificadas pelo Programa de Recuperação de Áreas e Sectores Deprimidos.

A primeira fábrica a entrar em funcionamento já estará operacional em 2008 e a última estará concluída em 2013. A Galp compromete-se a erguer este “cluster” industrial num horizonte temporal de 17 anos, sendo que 60% da produção energética se destina à exportação.

Paula Teixeira
Foto: SXC