O nome original da escritora é Marguerite Donnadieu e nasceu na antiga Indochina em 1914. Aos 17 anos viajou para França, terra dos seus pais, onde estudou Direito e Ciência Política na Sorbonne, e foi em França que se tornou escritora.

Dedicou-se a lutas da sua época e durante o nazismo chegou a ser capturada pela Gestapo quando fazia parte dos quadros da resistência. Mais tarde ingressou no Partido Comunista, do qual acabou por ser explusa por divergências ideológicas.

Deixou uma obra abundante, marcada pelas suas vivências e fantasmas do local onde nasceu. Foi com o seu romance “O Amante” (1984) que relata uma paixão da escritora vivida na sua adolescência, que se tornou conhecida de um público vasto.

Com esta obra, venceu o Goncourt, principal prémio francês, em 1984, e vendeu mais de três milhões de exemplares, passando de autora experimental para escritora de massas.

Marguerite Duras também escreveu peças de teatro e vários filmes, entre os quais o célebre “Hiroshima, Meu Amor”. Para além de argumentos, Duras realizou alguns filmes como “Les Enfantes” (1984), “India Song” (1975) e o político “Le Camion” (1977), nomeado para a Palma de Ouro e que contou com a interpretação de Gerard Depardieu.

A obra de Duras explora os extremos, o amor e o silêncio, a ausência e a morte, mas acima de tudo as paixões humanas. Com obras marcadamente autobiográficas e intimistas, a escrita de Marguerite é considerada perturbadora, densa e difícil, mas também incomparável e inconfundível.

O seu trabalho está associado ao movimento “nouveau roman” (novo romance) e ao existencialismo.

Marguerite Duras morreu a 3 de Março de 1996, com 81 anos, vítima de cancro. Os seus restos mortais encontram-se no cemitério de Montparnasse.

Paula Coutinho
Foto: DR