Ali Farka Touré, o “Bluesman of Africa”, faleceu hoje, terça-feira, aos 67 anos, vítima de doença prolongada. A notícia foi avançada pelo ministro da Cultura do Mali que referiu que o intérprete não resistiu à doença que o fechava na sua capa em Bamako, capital daquele país africano.

Conhecido por actuar sempre de chapéu de “cowboy”, Farka Toure cantava em várias línguas e prezava os instrumentos típicos do seu país. Antes de se dedicar à guitarra, tocava “gurkel”, instrumento de cordas do Mali. O músico foi fulcral no entendimento entre tuaregues e songhai, duas etnias rivais de Tombouctou, região do Mali. Touré cantava nas línguas de ambos grupos, numa tentativa de apaziguar o conflito civil que ocorreu no Mali no início dos anos 90.

O seu trabalho “Mali Blues” foi o expoente máximo da manifestação da sua música, tipicamente americana mas que o próprio considerava com raízes africanas. Reconhecido um pouco por tudo o mundo, Touré venceu dois Grammys (o primeiro em 1994, por “Talking Timbuktu”, e o segundo na última edição dos prémios de música, graças ao seu desempenho em “In the Heart of the Moon”).

Farka Touré foi presidente da câmara de Niafunke, no norte do Mali. Actuou em Portugal o ano passado.

David Pinto
Foto: IMN