Representantes da associação de pais e encarregados de educação do Conservatório do Porto reuniram-se hoje, terça-feira, em conferência de imprensa, para manifestar a sua posição quanto ao projecto de mudança de instalações da escola de música.

Os membros da associação de pais apontaram que, actualmente, o projecto encontra-se em “ponto morto”. “Neste momento estamos a discutir hipóteses de implantação do conservatório”, afirmou José Gonçalves Paulo, presidente da direcção da associação de pais.

“Falhado o terreno ao lado da Casa da Música, parece-me que o mal menor seria ficar com o do antigo Colégio Lusitano”, disse o presidente da Assembleia Geral, Manuel Ferreira. O representante dos encarregados de educação sublinhou que este seria o espaço ideal não só pela localização, mas também por permitir a interacção entre as duas instituições.

Para além de se situar a poucos metros do antigo terreno que lhe era destinado, é um “terreno amplo, num sítio com pouco trânsito e com possibilidade de construção de um bom parque de estacionamento”, continuou Manuel Ferreira.

Os membros da associação de pais do Conservatório afirmam-se dispostos a negociar as várias propostas, mas exigem “que o conservatório seja construído de raiz”.

Impasse

A situação mantém-se desde que a antiga direcção da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) classificou o terreno ao lado da Casa da Música – terreno inicialmente pensado para a construção da nova escola – como “sem condições” para o desenvolvimento do projecto.

Mas, ironizou o presidente da Direcção, “mais tarde percebeu-se de que falta de condições se tratava”, quando a Câmara Municipal do Porto atribuiu o terreno ao Banco Português de Negócios, que tinha uma construção prevista na zona.

Inviabilizada a possibilidade de construção ao largo da Casa da Música foram surgindo novas propostas. Primeiro, a possibilidade de construir o Conservatório na escola de Carolina Michaelis – proposta que foi logo posta de lado por desacordo da escola secundária -, e, mais tarde, uma nova proposta de construção no terreno do antigo Colégio Lusitano, que acolheu maior receptividade junto da direcção e da associação de pais do Conservatório do Porto.

Há cerca de 15 dias a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, avançou com uma nova proposta: construir o conservatório no terreno da escola de Rodrigues de Freitas. “A última proposta que tínhamos era do Carolina Michaelis, e, portanto, esta nova proposta apresentada pela nova directora da DREN apanhou-nos um bocado desprevenidos”, disse.

Possibilidade de providência cautelar

“Se até à possível construção do banco não houver nada em concreto, a associação de pais põe a hipótese de avançar com uma providência cautelar para inviabilizar a construção do Banco Português de Negócios”, afirmou Manuel Ferreira.

Até porque, segundo a escritura pública lavrada em Janeiro de 2002, os terrenos ao largo da Casa da Música ainda pertencem ao Conservatório. A escritura é válida até 2007, altura em que termina o prazo para a construção do novo conservatório. No entanto, esta possibilidade só irá ser posta em prática em último recurso, garantiu Manuel Ferreira.

Quanto a valores orçamentais, os membros da associação de pais sublinham que “ainda não há valores definidos”, uma vez que o projecto ainda não passa de especulação.

Texto e foto: Rita Pinheiro Braga