Os aumentos nas taxas moderadoras dos cuidados de saúde, apresentados hoje, terça-feira, pelo Governo, suscitou já reacções negativas por parte das associações de utentes.

Em declarações ao JPN, Santos Cardoso, do Movimento de Utentes da Saúde, afirma que este aumento não vai resolver os problemas de receitas existentes no sistema, já que “é uma percentagem mínima de aumento de receitas globais do Sistema Nacional de Saúde”.

Nos hospitais centrais a taxa irá passar de 6,90 para 8,50 euros (um aumento de 23%) e nos centros de saúde de 2 para 3,30 euros (mais 65%). Nos restantes serviços, a actualização é feita ao nível da inflacção (2%).

O responsável diz ainda que a associação constatou que é cada vez mais frequente o recurso à urgência devido à ineficiência do sistema de consultas nos centros de saúde.“Estamos convencidos, e a prática comprova-o, de que o recurso às urgências é a única via que os utentes têm de acesso a uma consulta em tempo útil”, refere.

Para Santos Cardoso, a solução para o uso abusivo dos serviços hospitares de urgência não passa por um aumento das taxas, mas antes por uma reorganização nos cuidados de saúde mais básicos. A partir daí “os próprios utentes não sentiriam tanta necessidade de recurso às urgências”, sustenta.

As novas taxas moderadoras entram em vigor a 1 de Abril.

Sónia Santos
Foto: Pedro Rios/Arquivo JPN